Mercado de trabalho é sexista

De acordo com pesquisa divulgada pelo Dieese, apenas 39,4% das mulheres trabalham com carteira assinada
Da editoria de economia
Publicado em 06/03/2015 às 18:13
De acordo com pesquisa divulgada pelo Dieese, apenas 39,4% das mulheres trabalham com carteira assinada Foto: Foto: Sérgio Bernardo / JC Imagem


A presença feminina na força de trabalho caiu em 2014, após crescer durante seis anos consecutivos na Região Metropolitana do Recife (RMR). No ano passado, em relação aos homens, as mulheres continuaram com maior inserção nos serviços domésticos e no setor público, e menor participação no assalariamento do setor privado. O estudo foi divulgado ontem pelo Dieese, a partir da Pesquisa de Emprego e Desemprego na RMR, que através do Boletim Especial Mulheres, salientou as particularidades do engajamento feminino no mercado laboral. 

A pesquisa mostra que o valor da hora trabalhada entre as mulheres caiu 1,2% entre 2013 e 2014, equivalendo a R$ 5,98. Para os homens, regrediu 1,0%, correspondendo a R$ 7,15. Apesar da taxa de desemprego total ter caído 5,7% para as mulheres, a população feminina continua apresentando taxas de desemprego maiores do que a masculina, e ainda enfrenta grandes dificuldades no mercado, já que representam mais da metade da população desempregada e continuam ganhando menos que os homens. Entre 2013 e 2014, o nível ocupacional feminino cresceu 1,0%, representando mais de sete mil novos postos de trabalho. Já o dos homens, ampliou-se em 0,9%, totalizando mais de 8 mil empregos. Com esse resultado, a proporção de mulheres empregadas permaneceu estável em 44%.

A técnica do Dieese Milena Prado, que expôs os resultados, afirmou que os dados positivos do crescimento da participação feminina não alteram a estrutura sexista do mercado. “O cenário melhorou, mas ainda existe desigualdade. Há uma diferença já no ponto de partida, além da falta de políticas públicas e estruturas que auxiliem a mulher, como boas creches. Elas estão se inserindo no mercado, mas em áreas que proporcionam menos renda”, afirma.

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