O consumo de energia caiu 2,2% no País em maio último, comparando com o mesmo mês de 2014, segundo a Resenha Mensal da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao governo federal. A maioria das regiões apresentou queda no consumo, puxada principalmente pelo desaquecimento de um dos setores que despende de muita energia: a indústria, que gastou 4,2% a menos. A exceção foi Pernambuco, que registrou um crescimento de 6,5% na energia consumida, com um incremento de 5,6% no setor industrial.
“A fábrica da Jeep de Goiana foi o empreendimento que mais contribuiu para o crescimento do consumo industrial. A pouca quantidade de chuva também colaborou para esse cenário”, conta o gerente do Departamento de Mercado da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), Wladimir Lacerda. Em maio ainda estava muito quente e isso contribuiu para um aumento do consumo das residências.
Em Pernambuco, o consumo de energia residencial cresceu 6,1%, enquanto o setor comercial registrou uma alta de 15,6% em maio último. “E deve continuar crescendo, porque em junho começou a operação da fábrica de motos da Shineray no Cabo”, diz.
Alguns especialistas estavam apontando queda do consumo no Estado, pois a energia teve um reajuste superior aos 20% nos quatro primeiros meses deste ano. Nos Estados do Sul e Sudeste, os reajustes aplicados na conta de luz provocaram, em média, uma alta de 40% na conta, de acordo com a EPE.
Ainda em maio, o consumo de energia no Nordeste aumentou 0,3%, influenciado principalmente pelo aumento no setor de comércio, que apresentou uma alta de 7,7%. No acumulado dos últimos 12 meses, a região registrou um crescimento de 6,9% do consumo, provocado pela demanda de novos shoppings centers.
Na média do Brasil, o setor residencial reduziu em 2,5% o consumo de energia em maio, enquanto o comércio e serviços registraram um crescimento de 0,5%. Nos primeiros cinco meses deste ano, o consumo do País apresentou queda também em fevereiro (-2,2%) e março (-0,9%).