A previsão para o comércio são de tempos ainda tempestuosos. A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-Recife) não tem os números exatos, mas estima que o movimento nas lojas caiam até 50% em dias de muita chuva. “Mesmo quem está mais protegido e não sofre alagamento, como os lojistas dos shoppings, vê uma queda no faturamento quando a chuva é muito forte”, conta Frederico Leal, presidente executivo da CDL.
De uma forma geral, o ano já não é bom para o comércio. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a expectativa de vendas do comércio varejista em 2015 é de queda de 1,1%. Com a intensificação do período de chuvas na capital pernambucana, os comerciantes devem ver o movimento diminuir ainda mais. “A tendência é de que o consumidor fique mais tempo em casa e evite bairros e ruas que alagam”, afirma Leal.
Para os lojistas que possuem seus pontos nesses locais, o fraco desempenho nas vendas se junta ao prejuízo dos produtos perdidos para as enchentes. “No caso das lojas que ficam na Av. Recife e no Ibura é uma verdadeira tragédia”, avalia o presidente executivo da CDL. Para tentar recuperar as perdas, o órgão pretende intensificar os feirões e promoções que tradicionalmente já ocorrem entre os meses de agosto e setembro. “A Liquida Recife, por exemplo, é uma liquidação que já entrou para o calendário dos consumidores. É dessa forma que vamos tentar compensar as perdas acumuladas ao longo do ano”, completa.
Em relação aos alagamentos, a Prefeitura do Recife emitiu nota afirmando que, “para eliminar alguns dos principais pontos de alagamento da cidade, a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) desenvolveu um projeto de engenharia para a dragagem e requalificação dos rios Jiquiá e Tejipió. O investimento total é de R$ 61 milhões, sendo R$ 16 milhões referentes ao Rio Jiquiá e R$ 45 milhões ao Rio Tejipió”.
A nota ainda afirma que “a Prefeitura do Recife conseguiu junto ao governo federal a liberação da verba para a dragagem do Rio Jiquiá. Com a obra, todos os canais que despejam nele passarão a ter maior fluidez, tendo em vista que haverá uma melhora na capacidade de escoamento do rio”. Essa ação afetará os bairros de Jardim São Paulo, Mangueira e Estância. O projeto ainda pode contemplar indiretamente as regiões de Areias, Engenho do Meio, San Martin, Torrões e Cidade Universitária.