Saiba como nasceu o Mundo Bita, animação feita em Pernambuco

Empresa incubada no Porto Digital é a responsável pela criação do desenho animado, sucesso em todo o País
Renato Mota
Publicado em 02/01/2016 às 7:30
Empresa incubada no Porto Digital é a responsável pela criação do desenho animado, sucesso em todo o País Foto: Edmar Melo/JC Imagem


“Antes, quando tínhamos a empresa de tecnologia, recebia dez emails por dia – todos eram reclamações de clientes. Hoje, recebo cem: são pais me agradecendo pelo desenho existir, me contando como aquilo impacta na vida dos filhos deles. Bita é uma celebridade”, conta o empresário Felipe Almeida, que ao lado dos sócios João Henrique, Chaps Melo e Enio Porto, fazem parte da Mr. Plot, empresa responsável pela criação da animação Mundo Bita. Com três discos lançados desde 2013 (um deles, Bita e os Animais, ganhou o Disco de Ouro), quase 70 milhões de visualizações no Youtube e no ar no canal por assinatura Discovery Kids, Bita é de fato uma celebridade, e causou uma revolução na vida dos empresários. “Tinha uma empresa de TI, agora estou no showbiz”, brinca Almeida.

A tal empresa de tecnologia é a Quarta Dimensão, que presta serviços em desenvolvimento de sistemas e web, onde a Mr.Plot nasceu como uma unidade de negócios. “Em 2010 percebemos uma oportunidade com a chegada dos tablets. Era um novo mercado que estava surgindo, muito promissor e com uma capacidade de globalização fácil”, lembra o empresário. A ideia inicial era criar um ebook interativo infantil, aproveitando a sinergia que as crianças estavam demonstrando com o aparelho. Mas faltava um personagem cativante para conduzir as histórias.

“O Bita surgiu antes da Mr. Plot”, conta Chaps de Melo, criador do personagem. “Minha filha estava para nascer e queríamos um tema legal para decorar o quarto dela. Não encontramos nada que nos interessasse, então eu e a mãe dela criamos esse cara, o Bita, para isso”, conta Chaps. Com um personagem novo e original nas mãos, a Mr.Plot – usando o know-how da Quarta Dimensão – começou a produção dos ebooks e aplicativos para tablets, mas sem grandes resultados. “Investimos bastante nisso entre 2011 e 2013, mas não estava faturando o suficiente para se manter, não era rentável”, conta Almeida. A última cartada foi uma aposta: fazer clipes musicais com o personagem animado e canções originais compostas por Chaps. “Foi o grande pulo nos negócios”, completa.

A mudança da tecnologia da informação para a economia criativa foi feita com a ajuda do Porto Digital. “Fomos da primeira turma a incubar no Portomídia. Bita e os Animais foi nossa primeira obra e nosso objetivo era só lançar o DVD. Já existiam outros fenômenos no setor, como a Galinha Pintadinha, mas fomos ousados em adotar a estratégia (que se mantém) de só usar conteúdo autoral. Não usamos músicas de domínio público, criadas lá na década de 1940 e 1950, que não conectam com o público de hoje. Queríamos algo moderno”, conta Almeida. Foram esses primeiros clipes que chamaram a atenção da gravadora Sony Music, que fechou um contrato com os sócios da Mr.Plot, movimento que obrigou a empresa a se separar da Quarta Dimensão. “Agora, só um de nós cuida da parte de TI, e o resto nos nossos esforços é direcionado na animação”, afirma.

 

 

Conheça mais sobre o Porto Digital na série que publicamos no aniversário de 15 anos da iniciativa. Veja aqui.


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