Compesa capta R$ 100 milhões em debêntures junto ao Santander

Empréstimo é alternativa para queda de repasse de verbas e frustração do cumprimento da meta de investimento
Da editoria de economia
Publicado em 06/01/2016 às 7:00
Empréstimo é alternativa para queda de repasse de verbas e frustração do cumprimento da meta de investimento Foto: Foto: Alexandre Auler/acervo JC Imagem


Após um ano de queda de repasse de verbas e de frustração do cumprimento da meta de investimento, a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) resolveu apostar na emissão de debêntures em 2016. Debêntures são uma forma de captação de recursos por meio de títulos de dívida, de médio e longo prazo, que conferem a seu detentor um direito de crédito em relação à companhia emissora. A concessionária fechou uma captação de R$ 100 milhões junto ao Santander, vencedor do pregão presencial.

O dinheiro será utilizado para engordar a carteira de investimentos com recursos próprios em obras de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Essas obras ainda estão em processo de definição, tanto na Região Metropolitana do Recife quanto no interior. A verba não poderá ser destinada, por exemplo, a custeio ou obras de financiamento federal.

Essa é a terceira vez que a Compesa realiza emissão de debêntures. Agora, explica a diretora de gestão corporativa, Simone Albuquerque, a companhia decidiu mudar a metodologia de captação, indo ao mercado já com as especificações traçadas, com o objetivo de fechar com quem oferecesse uma condição mais atrativa.

O Santander irá estruturar e também comprar os papéis, não conversíveis em ação. O contrato foi firmado com um prazo mais longo do que os comuns 60 meses. Serão 72 meses, sendo 12 meses de carência. O custo da operação ficou em 1,4%, ou seja, R$ 1,4 milhão (em 2014, com o Banco do Brasil, havia sido de 2,5%).

O custo da estruturação saiu por R$ 220 mil (o teto inicial era R$ 250 mil). Significa que entrarão no caixa da Compesa R$ 98,38 milhões líquidos. O dinheiro entrará de uma só vez 45 dias após a assinatura do contrato, que deve acontecer em 15 dias.

Por outro lado, sairá o gasto com os juros: CDI (Certificado de Depósito Interbancário) mais 3,81%. A negociação havia começado em CDI mais 5,1%. O CDI está hoje em 14,5%. Como esse percentual varia, os custos com a remuneração também variam.

Supondo que o CDI fosse congelado no valor atual e o empréstimo começasse em abril, a Compesa gastaria em torno de R$ 32 milhões com juros, ao longo dos 72 meses. Além do Santander (vencedor), participaram o BB e o consórcio entre os bancos ABC e Fator (segundo colocado). Simone atribui o sucesso às práticas de gestão e ao rating A+ da agência de risco Standard & Poor’s.

A meta da companhia em 2015 era investir, ao todo, R$ 700 milhões. A expectativa é que esse montante chegue a apenas R$ 380 milhões no balanço, segundo Simone. De uma previsão de R$ 600 milhões em convênio com o governo federal em 2015, a companhia só recebeu R$ 200 milhões. Para 2016, a Compesa manteve a meta de gastar R$ 700 milhões.

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