A Prisma Solar Projetos do Brasil anunciou que irá instalar uma montadora de painéis solares no Estado. “Ainda não decidimos onde será o local. Estamos analisando a possibilidade de dois terrenos, um em Suape e outro em Bezerros, no Agreste do Estado”, diz o gerente da companhia para a América Latina, Jens Raffelsieper. Segundo ele, o investimento será de R$ 100 milhões na primeira etapa do empreendimento.
A unidade vai gerar 150 empregos num prazo de cinco anos. Para se instalar, a empresa está costurando a adesão a uma série de programas que poderão torná-la mais competitiva, como o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores e Displays (Padis) do governo federal. “Essa iniciativa serve para desenvolver novas tecnologias nessa área, permitindo exportar as placas solares sem impostos”, afirma Jens.
Segundo ele, num primeiro momento, a montadora vai importar a tecnologia e as próprias placas fotovoltaicas que serão compradas na China e na Europa e montadas localmente. “Ainda nessa primeira etapa, somente as molduras de alumínio serão produzidas no Brasil. No entanto, a expectativa da empresa é passar a produzir as placas localmente, quando forem aumentando as encomendas”, diz Jens, sem citar prazos específicos.
Como a energia solar ainda está engatinhando no Brasil, a empresa vai direcionar as suas primeiras encomendas à exportação. “Temos pedidos de placas solares para Marrocos, no Norte da África, República Dominicana, Sudão e estamos negociando um projeto para o governo de Cuba, que, provavelmente, vai garantir uma parte das nossas vendas até 2030”, conta Jens.
“O potencial da energia solar é imenso no Brasil e no mundo. É um mercado que ainda não começou, mas vai aumentar muito. Também vai crescer a geração distribuída”, argumenta Jens. Geração distribuída é aquela que permite a implantação de um pequeno sistema de geração solar para consumo próprio, como, por exemplo, o de uma casa residencial. Na Alemanha, a Prisma também fornece soluções em baterias que armazenam a energia solar, a qual não pode ser produzida durante a noite. “Já temos soluções que oferecem uma autonomia de até quatro dias sem energia para grandes comércios ou empresas”, argumenta Jens.
“Estamos conversando com várias empresas interessadas em montar placas solares em Pernambuco. A que está mais adiantada é a S4 Solar”, explica o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Thiago Norões, acrescentando que essa companhia já assinou um protocolo de intenções para a instalação de uma fábrica no Estado.
Desde a gestão do ex-governador Eduardo Campos (PSB), a administração estadual tenta atrair um polo de fornecedores de equipamentos usados na energia solar. No País, o Estado foi o primeiro a realizar um leilão de energia solar do qual cinco projetos de parques geradores saíram vencedores, em dezembro de 2013.
Dos cinco, somente um parque solar se instalou, que foi o da empresa italiana Enel Green Power, em Tacaratu – no Sertão do Estado –, cidade onde a companhia já tinha um parque de geração eólica. “O prazo foi prorrogado e há pelo menos duas empresas esperando para construir esses parques com equipamentos montados em Pernambuco”, conta Norões. Caso o índice de nacionalização desses parques seja maior, eles podem conseguir financiamento nos bancos federais.
“Estamos otimistas com esse mercado solar, porque o governo federal vai fazer um leilão em dezembro para contratar energia produzida por parques solares e eólicos. Existe uma boa possibilidade de projetos a serem instalados em Pernambuco serem vencedores também nesse leilão”, resume.