A Região Metropolitana do Recife (RMR) registrou inflação de 7,10% em 2016. O resultado ficou acima do nacional (6,29%) e do teto da meta (6,5%) do País. O comportamento na contramão do Brasil foi motivado pelo quinto ano seguido de estiagem, que puxou para cima os preços dos alimentos. O Grande Recife ficou em terceiro lugar entre os locais que apresentaram as maiores altas, atrás apenas de Fortaleza (8,34%) e de Campo Grande (7,52%).
“O fator climático contribuiu para a inflação ser mais alta nas regiões metropolitanas nordestinas. Alimentos e bebidas têm um peso de 40% no IPCA e contribuíram para ficar acima do teto da meta. Apesar do resultado negativo, a inflação de 2016 foi menor que a do ano anterior, que fechou em 10,15% no Recife e em 10,67% no Brasil”, compara o professor do Departamento de Economia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Ecio Costa. O fenômeno El Niño também comprometeu o sistema de chuvas da região, obrigando o governo Federal a acionar as termelétricas e impactar o preço da energia elétrica.
Para este ano, a expectativa é de que a inflação no Recife volte a cair com a perspectiva de volta das chuvas. Em 2016, até as usinas de cana-de-açúcar anteciparam o fim da moagem por falta de matéria-prima para moer.
“A queda da inflação já influenciou na queda da Selic, que foi reduzida, ontem, em 0,75 ponto percentual, superando a expectativa do mercado. Isso poderá estimular o consumo, em função da maior oferta de crédito, além de incentivar os investimentos”, analisa Costa.