Em um país onde o número de celulares é maior do que o de habitantes, a quantidade de estabelecimentos que trabalham com reparos de dispositivos móveis crescem a cada dia. Virou um bom negócio em tempos de crise.
Não é para menos: sai bem mais em conta consertar do que comprar um aparelho novo. Do centro do Recife aos bairros mais afastados, se encontram facilmente estabelecimentos que oferecem esse tipo de serviço.
De acordo com a Anatel, em junho deste ano foram registrados 242,1 milhões de celulares com densidade de 116,65 cel/100 hab referente ao mês de junho deste ano. Desses números, 160.188 mil dispositivos são pré-pagos (cartão). Os pós-pagos, somam 81.928 mil.
Um desses profissionais que atuam no ramo é Antônio Carlos, da Center Apple, localizado no Camelódromo, área central do Recife. Ele conserta smartphones de todas as marcas. “Resolvi trabalhar com isso porque sempre gostei de eletrônica. Com isso, resolvi me especializar e daí, fiz um curso de hardware da Apple, em São Paulo, no ano de 2011, com duração de quatro meses”, relata.
Um detalhe, porém, o beneficia nesse mercado tão competitivo. Ele é um dos poucos profissionais que realiza reparos com os famosos Iphones, da Apple. O aparelho é um dos mais desejados e encarado, por vezes, como uma equipamento difícil de consertar. “A maior parte dos clientes que atendo trazem esse tipo de aparelho, visto que há poucos profissionais que realizam consertos e reparos nele”, conta.
Em um cenário de pouca oferta de trabalhadores nesse produto específico e tão requisitado nos dias atuais – e devido a grande demanda desse nicho no varejo, Antônio Carlos encontrou seu diferencial e ponto certo de lucratividade. Antônio Carlos relata que há seis anos resolveu atuar com os smartphone devido à crise econômica.
Segundo o profissional, houve um crescimento de 80% na procura por suas atividades. O faturamento do empreendedor é de R$ 5 mil a R$ 7 mil a cada mês. Diariamente, circulam no local de 30 a 40 pessoas em busca de algum tipo de reparo. Dependendo do tipo de serviço, o conserto pode custar de R$ 80 a R$ 1 mil.
Rogério Araújo atua no ofício há nove anos no seu espaço Rogério Cell, também localizado no Camelódromo, bem no Centro do Recife. “Eu sempre gostei de eletrônica e aprendi o ofício com uma pessoa da área”, diz. Araújo comenta que depois da época de Carnaval, houve um respiro no faturamento. As marcas mais presentes no seu espaço são Moto G1, G2, LG e Samsung.
Outra pessoa que encontrou na profissão a sua paixão de trabalhar é o Severino Tibúrcio da V.S. Cell. O jovem de riso solto e jeito tímido trabalha há dois anos com essa atividade. “Sempre gostei do segmento de eletrônica e também estudo engenharia mecatrônica”, conta.
O rapaz conserta telefones de todas as marcas do mercado. Os valores dos serviços variam dependendo do tipo de tarefa executada e do próprio aparelho, claro. Se for uma troca do vidro na tela, custa no mínimo R$ 50, até a uma frente completa no dispositivo, no valor de R$ 400. O técnico fatura R$ 2 mil mensais. A linha J da Samsung, o Moto G da Motorola e o Iphone são os consertos mais realizados por Tibúrcio.