Nem a crise econômica é capaz de acabar com o simbolismo do Natal. Apesar da renda mais curta, o brasileiro deve desembolsar R$ 51,2 bilhões em compras no fim do ano, uma leve melhora em relação aos R$ 50 bilhões gastos no mesmo período de 2016, segundo levantamento do SPC Brasil e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
A pesquisa aponta que 73% dos brasileiros pretendem comprar presentes no Natal deste ano. Apenas 8% disseram que não vão presentear, ao passo que 18% ainda não se decidiram. Em média, os consumidores devem comprar entre quatro e cinco itens, principalmente roupas, brinquedos, perfumes e cosméticos, calçados e acessórios. Os principais presenteados serão os filhos (63%), maridos ou esposas (49%), mães (47%), irmãos (27%) e pais (21%).
Mesmo com juros em queda inflação mais baixa, o gasto médio do consumidor deve girar em torno de R$ 461,91, frente aos R$ 465,59 do ano passado. A pesquisa aponta, ainda, 33,5% dos entrevistados pretendem gastar o mesmo que em 2016, enquanto 26,2% têm a intenção de gastar menos. Apenas 19,4% vão aumentar os gastos.
Em 2015,o volume de vendas caiu 16% e, em 2016, houve queda de 1,5%. ”Ficar no zero a zero este ano já é um Natal de recuperação, depois das quedas nos últimos dois anos. Mas é em 2018 que vamos ver variações mais expressivas”, comenta a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Um alento é que, segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC), os bens e serviços do Natal estão caminhando para uma deflação pela primeira vez em 17 anos. Nos últimos 12 meses encerrados em outubro, 214 itens apresentam queda de 1,1%.
Na Região Metropolitana do Recife (RMR), a expectativa é de que as vendas cresçam 4%, de acordo com a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) do Recife.
Nos shoppings da RMR, a expectativa também é positiva para o Natal. O RioMar espera aumento de 12% tanto em número de público quanto de vendas. Já no Shopping Recife e no Plaza, as vendas devem subir 10%. O Shopping Guararapes tem expectativa de alavancar as vendas em 15%.
Uma estratégia é apostar nas atrações. O Shopping Tacaruna, por exemplo, investiu R$ 2,4 milhões na decoração, campanha publicitária e eventos. A expectativa é de alta de 13% nas vendas. “As pessoas veem o shopping como um equipamento de lazer, não só de compras, e neste fim de ano o Tacaruna oferece muitas atrações. O mercado converge para transformar os shoppings em espaços de convivência, com maior apelo para o lazer do que para as compras”, comenta a superintendente do mall, Sandra Arruda.
Para este fim de ano, serão contratados 7 mil temporários, número semelhante ao do ano passado. “Com certeza, esse Natal será bem melhor do que o do ano passado, quando vendemos menos do que em 2015. Percebemos um tom de animação entre os empresários”, comenta o presidente da CDL, Eduardo Catão. No Brasil, serão 73,8 mil contratados formais para o Natal deste ano. A expectativa é que 30% dos temporários sejam efetivados após o período de festas.