Um sistema de microfones de segurança que podem ajudar a identificar, através do som, que tipo de arma foi utilizado em determinado crime. Aplicativo para criação de aulas digitais personalizadas para crianças da alfabetização. Ou treinamentos à distância em ambiente virtual de técnicos e operários. Estes são alguns projetos que se tornaram empresas de sucesso nos últimos 10 anos, com o apoio da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Fecap), órgão ligado a Secretaria estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação. Para celebrar uma década de incentivo às empresas pernambucanas de base tecnológica, a Facepe realizou nesta terça-feira (14) a Mostra de Inovação, no Parqtel (Parque Tecnológico de Eletroeletrônicos e Tecnologia Associadas), no Recife.
O evento serviu para um balanço dos programas de apoio a pesquisa, inovação e desenvolvimentos de produtos. Desde 2007, quando a diretoria de inovação da Facepe foi criada, 177 projetos foram apoiados, somando um investimento aproximado de R$ 53 milhões (recursos da fundação e de parceiros). “O incentivo a essas empresas fazem parte de uma política pública.Os projetos participariam de uma chamada pública, foram selecionados e receberam um aporte que vai de R$ 300 mil a R$ 16 milhões, dependendo do programa em que estiver inscrito”, diz Abraham Sicsu, presidente da Facepe.
Alguns dos resultados desses investimentos podem ser vistos no dia-dia da população. A empresa pernambucana Aeroespacial, por exemplo, desenvolveu uma ferramenta de gestão para os parques eólicos em operação no estado. O software desenvolvido foi um dos beneficiados pelo Tecnova, com um aporte de R$ 500 mil para ajudar no desenvolvimento da ferramenta. O software monitora a eficiência do desempenho de todos os aerogeradores de um Parque Eólico e avisa, em tempo real, as equipes de manutenção e operação quando ocorre qualquer falha no funcionamento, possibilitando uma rápida manutenção e evitando que os equipamentos fiquem parados por muito tempo.
Na área de educação, a Escribo foi beneficiada com recursos de R$860 mil para o desenvolvimento de plataformas educacionais, utilizadas hoje por mais de 100 mil estudantes de escolas públicas e privadas de todo o Brasil. A parceria rendeu o projeto Frei.re de educação interativa, utilizado pelas escolas da educação infantil (2 a 5 anos). Os educadores e as crianças usam jogos digitais que fortalecem a alfabetização e o desenvolvimento dos objetivos de aprendizagem das áreas de matemática, natureza e sociedade.“O aporte da Facepe foi fundamental para o projeto se tornar realidade”, disse Américo Amorim, fundador da Escribo.
Outro projeto que chama atenção está no setor de segurança. A empresa local Audio Alerta criou o projeto de microfone inteligente conectado (MIC), com o incentivo de R$ 300 mil da Facepe. O dispositivo complementa a varredura feita pelas câmeras de segurança de um ambiente. “O microfone é capaz de detectar qualquer tipo de barulho que, depois de processado, pode dar pistas relevantes sobre a fonte do ruído como sons de disparos de arma de fogo, ajudando a identificar o tipo de arma e calibre”, explica Ivo Frazão, gerente de produto da Áudio Alerta. O equipamento está sendo testado em 10 pontos de monitoramento nas ruas do Recife pela Secretaria Estadual de Defesa Social e por alguns bancos privados.