Pela primeira vez desde 2002 todos os Estados brasileiros registraram queda no Produto Interno Bruto (PIB) em 2015. A constatação está no resultado das Contas Regionais, divulgado nesta quinta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Enquanto a queda no País foi revisada para melhor (de 3,8% para 3,5%), o desempenho isolado de cada Unidade da Federação foi negativo. No caso de Pernambuco, que teve em 2015 o pior PIB de sua história (desde o início da série em 2002), a situação se agravou, acentuando a queda de 3,5% para 4,2%.
Durante a crise, o ano de 2015 foi mais dramático para a economia pernambucana porque além da recessão no País o Estado sofreu com o início da desmobilização das obras da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), com a dispensa de 42 mil trabalhadores.
Dados divulgados pela Agência de Planejamento e Pesquisa de Pernambuco (Condepe/Fidem) sobre o PIB de 2015 antes da revisão apontavam que a indústria foi o principal setor responsável por puxar o resultado para baixo (-6,6%), seguida por agropecuária (-5,0%), impostos (-4,3%) e serviços (-2,7%). Naquele ano, o PIB foi calculado em R$ 155,4 bilhões.
Depois de comemorar 12 anos seguidos de taxas positivas de crescimento do PIB, Pernambuco começou a cravar desempenho negativo a partir do segundo trimestre de 2015 (-3,2%). Ao longo dos trimestres seguintes a situação se agravou, fechando com queda de 5,3% e 6,3% nos trimestres seguintes.
Esse resultado de queda de todas as Unidades da Federação ainda não tinha sido visto, inclusive por nenhuma série já estimada pelo IBGE do início da série histórica em 2020. É um resultado inédito que afeta todos os Estados da Federação”, afirma o gerente das Contas Regionais, Frederico Cunha.
De acordo com o IBGE, o Brasil ainda não tinha vivido um ano em que todas as Unidades da Federação tenham registrado queda no PIB. O IBGE registrou PIB de R$ 5,996 trilhões no país em 2015 e, com isso, revisou a queda em relação a 2014 de 3,8% para 3,5%. O Estado que teve o melhor desempenho no ano analisado foi o Mato Grosso do Sul, com queda de 0,3% no volume de seu PIB, em parte pelo bom ano da agropecuária local, que cresceu 10% no período. Já Amapá registrou a redução mais acentuada, com queda de -5,5%.
A região Sudeste manteve a tendência registrada nos últimos anos e perdeu 0,9% de participação no PIB do Brasil em 2015, ficando em 54%. Enquanto ganharam espaço Norte (0,7 p.p), Nordeste (1,1 p.p.), Centro-oeste (1,1 p.p.) e Sul (0,6 p.p).