Mulheres à frente de startups querem causar impacto social

Empreendedoras trabalham duro para viabilizar empresas que aliam inovação e impacto social na fase inicial do negócio
Bianca Bion
Publicado em 08/03/2018 às 7:05
Empreendedoras trabalham duro para viabilizar empresas que aliam inovação e impacto social na fase inicial do negócio Foto: Foto: Acervo Pessoal


Inovar e causar impacto no ambiente em que vivem é a missão que muitas mulheres à frente de startups adotaram para as suas vidas, para além dos negócios. As empreendedoras arregaçam as mangas e apostam em ideias originais com objetivo de alcançar o sucesso e também inspirar mais mulheres a seguirem o mesmo caminho. Na fase inicial da empresa, é preciso fazer testes e estruturar o modelo de negócios ideal. Porém, as mulheres também têm outros desafios, como a representatividade. Pesquisa da Associação Brasileira de Startups, em parceria com a Accenture, mostra que quatro em cada dez startups brasileiras ainda não têm nenhuma mulher no quadro de funcionários.

Camilla Borges Costa, uma das cofundadoras da startup social Thiki junto a Camila Alencar e Robertson Novelino, reconhece que há poucas mulheres no empreendedorismo porque falta autoconfiança delas. Com a aposta em transformar a educação através da criação de soluções para a área, ela espera mudar esse cenário. “A ideia da Thiki é formar jovens capazes de mudar o seu entorno de forma positiva, os makers (transformadores em inglês). Acredito que esse trabalho vai ajudar as meninas a ter essa confiança”, afirma. Uma metodologia desenvolvida pela Thiki para ensinar direitos humanos, cidadania e ações de impacto, como empreendedorismo, será implantada em modo experimental no Chile, em parceria com a Kyklos, que trabalha com educação ambiental em cerca de 60 escolas.

Para estimular mulheres a empreender na área de comunicação, a Chicas Poderosas implantou a incubadora New Ventures Lab. “Para as mulheres, falta a permissão para poderem ser líderes. As mulheres não sabem usar todo o seu poder porque a sociedade não está acostumada que a mulher seja faça coisas inovadoras”, diz.

Uma das incubadas é Ana Addobbati, que está desenvolvendo a plataforma #letstalk com sua sócia Janaína Lima, para ajudar as pessoas a se prepararem para debates. Ela também é CEO e fundadora da Women Friendly, startup que tem o objetivo de educar contra o assédio sexual e criar ambientes mais seguros para as mulheres. Ela destaca a ajuda que teve de Camilla, que também é consultora, para tirar a Women Friendly do papel. “Camilla me fez encontrar outros caminhos, apostar na metodologia da startup enxuta, rodar o negócio com o mínimo de recursos. Tive ajuda de empreendedoras em outras frentes. Fiquei impressionada como mulheres empreendedoras se ajudam”.

A empreendedora Paula Castro, à frente da Pague Bem Brasil junto aos sócios Álvaro Leal e Rodrigo Borges, está concluindo a incubação no Porto Digital. A missão da empresa com 56 clientes é combater a inadimplência das micro e pequenas empresas. “É preciso ter foco e confiança. Existem os desafios das mulheres, como a dupla jornada, que consome a gente”, orienta.
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