Uma operação com objetivo de desarticular uma organização criminosa foi desencadeada na manhã desta terça-feira (15) pela Polícia Civil de Pernambuco. A quadrilha era voltada para a para a prática de crimes de cartel em postos de combustível, onde as empresas, mesmo que concorrentes, firmavam uma cooperação para manipular os preços.
O grupo, que atuava no Grande Recife e em cidades da Zona da Mata, estava sendo investigado desde julho de 2017.
Na ação, denominada de ''Funil'', foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e 27 mandados de busca e apreensão em domicílios e estabelecimentos comerciais.Segundo as investigações, funcionários do Sindicato de Combustíveis de Pernambuco (Síndicombustíveis) faziam o alinhamento de preços dos combustíveis diretamente com os donos de postos em 11 cidades do estado.
Os funcionários foram presos por ordem de mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça. Além deles, outros 27 mandados de busca e apreensão foram cumpridos, sendo 17 em postos de combustíveis e 10 em residências, incluindo a do presidente do Síndicombustíveis, Alfredo Pinheiro Ramos, que está sendo investigado.
Os presos foram interrogados e encaminhados para o Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everaldo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, onde responderão pelo crime de ordem econômica.
A 14° operação de repressão qualificada em 2018, foi coordenada pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil (DINTEL) com o apoio operacional da Diretoria Integrada de Metropolitana (DIM) e supervisão da Chefia de Polícia.
A ação envolveu mais de 160 policiais civis, entre delegados, agentes, comissários e escrivães. Os presos e todos os materiais recolhidos durante a operação, foram levados para a sede do Grupo de Operações Especiais (GOE), no bairro do Cordeiro. Os detalhes da operação serão divulgados na manhã desta terça (15) pela Polícia Civil.
Procurado pela reportagem do JC Online, o presidente do Síndicombustíveis, Alfredo Pinheiro Ramos, não atendeu às ligações.
Os preços parecem estar tabelados. Você procura um, dois, três postos em busca de uma gasolina mais em conta, mas os valores, quando não são iguais, se difereciam por centavos. Coincidência ou uma tática dos empresários do ramo para obter lucros maiores? O Ministério Público da Bahia (MP-BA) informou nesta sexta-feira (11) que investigará mais de 200 postos de combustível de Salvador suspeitos de aumentarem os preços e fixá-los, não dando chance de escolha ao consumidor. A pena, caso comprovado o esquema, pode variar entre dois a cinco anos de prisão, em esfera criminal, e multa de até R$3 milhões, na esfera cível.
Um inquérito civil público foi instaurado na última quinta-feira (10) para apurar a possível manobra dos empresários. O MP, de acordo com a promotora Joseane Suzart, da 5ª Promotoria de Justiça do Consumidor, informou que deve fechar o cerco contra o Sindicato do Comércio de Combustíveis, Energias Alternativas e Lojas de Conveniências do Estado da Bahia (Sindicombustíveis) e o Sindicato das Distribuidoras de Combustíveis do Estado da Bahia (Sindicom-Ba), já que eles representam a categoria.