O Aeroporto Internacional do Recife é o representante brasileiro de uma pesquisa global que pretende mensurar a influência dos terminais na experiência turística. Encabeçado pela Universidade Autônoma de Madrid (UAM), o estudo "Aeroportos Inteligentes: impactos sobre a qualidade aeroportuária e efeitos na competitividade turística" revela que a segurança das bagagens e a agilidade no check-in são os pontos que mais preocupam os passageiros, mas é a qualidade da rede wi-fi um dos serviços que mais agradam.
“A estrutura do aeroporto é a primeira imagem que um turista tem de um lugar e é também a última. Por isso é muito importante que ele tenha uma experiência positiva”, explica a pesquisadora responsável da UAM, Marisol Celemín Pedroche. Além dos terminais espanhóis e brasileiros, também participam aeroportos do México, Chile e Peru.
No Brasil, a pesquisa está sendo feita em parceria com a Universidade de Pernambuco (UPE), conduzida pelos professores Marco Antônio Lins e Otto Benar. Eles destacam que o estudo avalia a situação atual do terminal recifense, não considerando, portanto, o que será feito a partir da privatização do terminal, que está sendo levada adiante pelo governo federal.
“Apesar de ter passado por uma reforma há relativo pouco tempo, o edifício do terminal do Recife hoje já precisa de modernizações: é pequeno, pouco espaçoso e um pouco incômodo para abrigar seus turistas”, avalia o também pesquisador da UAM Luis Rubio Andrada. O professor destaca ainda que aeroportos têm potencial para influenciar os negócios da região, não apenas através do turismo. O Aeroporto de Barajas, em Madrid, por exemplo, está relacionado com 15% do PIB regional.
No Brasil, a pesquisa mostra que um dos principais desafios é oferecer qualidade no serviço em um número tão grande de terminais, cerca de 2.500. De acordo com o Fórum Econômico Mundial, o País ocupa o 27º lugar em competitividade turística, mas apenas a 40ª posição no ranking de competitividade no transporte aéreo, o que reforça a perspectiva de que melhorias de infraestrutura dos terminais devem ter repercussão positiva na imagem turística.
No caso de tecnologias inteligentes para aeroportos, como identificação biométrica e sistema de rastreio de bagagem, podem, ainda, corresponder a redução de custos.
A pesquisa será concluída este mês e prevê, em seguida, a publicação de um livro e apresentação em congresso com os dados coletados em mais de 1.700 entrevistas e as conclusões a respeito de cada terminal, incluindo o Aeroporto do Recife.