Primordial para levar as águas da transposição do São Francisco para o Sertão e Agreste de Pernambuco, o Ramal do Agreste recebeu novo aporte, em parcela única, do governo federal. O montante de R$ 75 milhões soma-se aos R$ 353,3 milhões investidos pela União desde 2017 – quando foi assinada a ordem de serviço da obra. Até agora, 27% do Ramal estão concluídos. A previsão do governo Bolsonaro é entregar o empreendimento em fevereiro de 2021.
Desde o início das obras, o Ramal sofre com falta de recursos. Dos mais de R$ 300 milhões repassados, R$ 275 milhões saíram nos últimos seis meses. A demora levou o governo de Pernambuco a criar uma alternativa, a Adutora do Moxotó, que leva água da transposição até a Adutora do Agreste (obra estadual em parceria com o governo federal).
Moxotó, no entanto, tem cerca de 20% da capacidade do Ramal do Agreste, que será de 8 m³ de água por segundo.
No projeto da transposição, a água do Eixo Leste seria captada em Sertânia pelo Ramal do Agreste, uma adutora de 70,8 quilômetros que vai até Arcoverde. A partir de Arcoverde, a água passaria a ser transportada pela Adutora do Agreste, que quando estiver com sua primeira etapa pronta deverá abastecer 23 municípios do Agreste.
Com mais de 70 quilômetros de extensão, só o Ramal do Agreste terá 13 trechos de canais, cinco aquedutos e sifões, seis túneis, uma estação de bombeamento, uma adutora e duas barragens. Para conclusão, ao todo, deverão ser desembolsados R$ 1,1 bilhão em investimentos federais, beneficiando aproximadamente 2 milhões de pessoas em 68 cidades localizadas no interior pernambucano.
Embora não confirme as etapas da obra que serão beneficiadas com a nova liberação de recursos, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) garante que 2,6 mil trabalhadores estão empregados nesta etapa do projeto.
Tidas como obras complementares, o ramal e a adutora do Agreste são fundamentais para abastecimento a partir do São Francisco. Em relação à adutora, no dia quatro de junho, a Compesa havia retomado as obras entre os municípios de Pedra e Iati.
A obra havia sido paralisada no final de 2017 em virtude do encerramento do contrato vigente e indisponibilidade financeira do MDR. Essa parte da Adutora foi iniciada em junho de 2013 e recebe investimento de R$ 42 milhões do MDR e do Estado. No projeto original, essas cidades seriam beneficiadas com as águas do Rio São Francisco a partir do Ramal do Agreste. Até agora, 71% da primeira etapa da Adutora do Agreste está executada.