“Essas críticas machucam ele”. A frase é de Celia Cuccittini, mãe de Lionel Messi, e traduz a pressão sobre o astro argentino logo na segunda rodada do Grupo D. Nesta quinta (21), a partir das 15h, a Argentina pega a Croácia em Nizhny Novgorod. Após perder um pênalti e ver os hermanos empatarem contra a novata Islândia na estreia, toda a responsabilidade recai novamente sobre Messi. Principalmente porque o adversário estreou com vitória sobre a Nigéria e chega embalado.
“A família está apoiando. O primeiro que quer ganhar é ele, trazer a Copa. Sofremos co as críticas, dizem que ele não sente e que vem (para a seleção) por obrigação, mas não é verdade. Se eles virem (Messi) como nós vemos, sofrendo e chorando todas essas vezes... Estas críticas machucam ele e nos machucam. Na realidade as pessoas gostam muito dele e transmitem o melhor. Ele valoriza muito. Leo vê com muita expectativa (a Copa), porque seu sonho é ganhar o Mundial. É o que ele mais quer”, declarou a mãe do jogador, em entrevista ao programa El diario de Mariana, da emissora argentina El Trece.
A pressão com a camisa alviceleste, porém, não é novidade para Messi. Desde que começou a ser o principal referência da Argentina, a partir da Copa da África do Sul, em 2010, o jogador foi cobrado por torcida e imprensa para repetir os momentos de glória no Barcelona, onde já conquistou quatro Liga dos Campeões, três Mundiais de Clubes e nove vezes o Espanhol, além de cinco Bolas de Ouro.
Pelos hermanos, porém, bateu três vezes na trave nos últimos três anos. Em 2014, perdeu para a Alemanha na final da Copa no Brasil. Já em 2015 e 2016, vice-campeonatos em Copas Américas contra o Chile. Na última, nos Estados Unidos, chegou a afirmar que o seu ciclo na Argentina tinha se encerrado. Em agosto, voltou atrás e carregou mais uma vez a Argentina nas Eliminatórias, onde os argentinos correram riscos, para a Copa na Rússia.
“Quando faz um gol com a camisa da Argentina, todos gritamos. Se não ganhamos, colocamos a culpa nele. Me parece cômodo para a Argentina que apenas um jogador gere tantos humores diferentes. É o melhor do mundo, mas é impossível que apenas um atleta consiga carregar tanta responsabilidade”, afirmou o técnico Jorge Sampaoli.
Do lado croata, a missão é clara: continuar deixando Lionel Messi desconfortável nos campos russos. “Messi é 50% da Argentina. Se formos capazes de pará-lo, acho que teremos boas chances”, comentou o atacante croata Ante Rebic.
Além da pressão em Messi, os outros jogadores da Argentina também tratam a partida contra a Croácia como decisão. “A realidade é que este jogo é crucial para nós. Este é um jogo vital. Nós precisamos ganhar para passá-los. Precisamos vencer”, disse o zagueiro Gabriel Mercado.
ARGENTINA
Caballero; Mercado, Otamendi e Tagliafico; Salvio, Mascherano, Enzo Pérez (Meza) e Acuña; Messi, Pavón e Agüero. Técnico: Jorge Sampaoli. Esquema: 3-4-3.
CROÁCIA
Subasic; Vrsaljko, Lovren, Vida e Strinic; Rakitic, Modric e Kramaric; Perisic, Rebic e Mandzukic. Técnico: Zlatko Dalic. Esquema: 4-3-3.
Local: Estádio Nizhny Novgorod, em Nizhegorodskaya (Rússia). Horário: 15h (de Brasília). Árbitro: Ravshan Irmatov (Uzbequistão). Assistentes: Abduxam Rasulov e Jakhongir Saidov (ambos do Uzbequistão).