Neymar é o 2º jogador com mais cartões amarelos na história da seleção

Indisciplina do camisa 10 pode prejudicar o Brasil na Copa do Mundo da Rússia
Filipe Farias
Filipe Farias
FILIPE FARIAS
Publicado em 26/06/2018 às 7:43
Indisciplina do camisa 10 pode prejudicar o Brasil na Copa do Mundo da Rússia Foto: Foto: AFP


O que tem de craque, Neymar tem de indisciplinado em campo. O camisa 10 da seleção brasileira coleciona inúmeras partidas em que acabou sendo punido com cartão amarelo. O que é pior. Em sua maioria, ele não foi advertido após cometer uma falta para matar um contra-ataque adversário, mas por reclamações acintosas com a arbitragem, como aconteceu no último jogo contra a Costa Rica. Caso ele receba o segundo contra a Sérvia, amanhã, fica suspenso em caso de classificação do Brasil às oitavas de final. E isso não seria nada impossível de acontecer.

Quando os números do atacante são analisados friamente, você se assusta. Em sete partidas disputadas em Copas do Mundo (cinco em 2014 e duas em 2018), Neymar levou dois cartões amarelos. Um número elevado para um jogador do setor ofensivo. O ex-zagueiro Júnior Baiano, por exemplo, que disputou o Mundial de 1998 e era conhecido por suas entradas duras, tem números idênticos ao do ex-santista. No comparativo com outros atletas, a média de Neymar é muito superior. Mesmo sendo um volante pegador, Dunga disputou 18 jogos nas Copas de 1990, 1994 e 1998, e só foi punido com dois amarelos nos três Mundiais (ver outros casos na arte ao lado).

A preocupação de o camisa 10 desfalcar o Brasil no mata-mata aumenta quando observado o seu histórico pela seleção. Isso porque em 87 partidas pelo time principal brasileiro, Neymar foi punido com o cartão amarelo em 22 jogos. Ou seja, uma média de uma advertência a cada quatro compromissos com a camisa amarelinha. Números que o transformam no segundo jogador mais indisciplinado da história da seleção brasileira, ao lado do ex-volante Emerson, à frente de Dunga (21) e só atrás do ex-lateral Cafu (29 amarelos).

Somada também as punições tomadas nos clubes que defendeu (Santos, Barcelona e PSG), esse número supera os 140 cartões amarelos nos quase dez anos de carreira como jogador profissional.

Diante desse números impressionantes para um atacante, o técnico Tite terá de colocar em prática todo o seu lado disciplinador para controlar não só Neymar, mas os demais atletas da seleção. Além do camisa 10, Philippe Coutinho e Casemiro também estão pendurados nessa Copa do Mundo e mais um cartão vai implicar na suspensão automática.

Nessa última rodada da primeira fase, especificamente, o cartão é importante por se tratar de critério de desempate na tabela de classificação. Apesar desse agravante, o lateral-direito Fagner afirmou que durante a partida não tem como pensar nisso. “É difícil raciocinar na hora. A gente está preocupado em vencer o adversário. Não tem como ficar pensando em não tomar cartão. Em uma lance de jogo que você precisa fazer uma falta tática para matar uma situação de gol ou para não deixar a outra equipe criar essa situação de gol. Não tem como, você acaba fazendo (a falta), pois você pensa em vencer o jogo. Não tem como se poupar disso, são circunstâncias de jogo. Espero que ninguém tome cartão diante da Sérvia”.

LIMPAR OS CARTÕES

Só lembrando que, na Copa do Mundo, os cartões amarelos só são zerados em caso de classificação às semifinais. A FIFA adotou essa medida para que nenhum jogador acabe ficando de fora da final por suspensão, como aconteceu com o meia alemão Michael Ballack, na final contra o próprio Brasil, no Mundial de 2002.

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