Após os recentes casos de violência envolvendo torcidas organizadas em Pernambuco, o Estado será utilizado como modelo para um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que pretende regular a política de segurança nos estádios de todo o Brasil. O projeto começou a ser formulado na última quarta (7), em reunião realizada entre o procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, o presidente da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), Evandro Carvalho, e presidentes de clubes do Estado que disputam as quatro divisões do Campeonato Brasileiro.
“O que a gente busca é um comprometimento maior, uma sincronia maior entre todos os clubes do País, entre o poder judiciário desportivo, para que a gente possa agir mais fortemente, com mais competência e gerando mais condições para que o próprio poder público, a polícia e a Justiça deem uma resposta mais efetiva”, disse Evandro Carvalho.
Na prática, a intenção do TAC é cortar qualquer relação dos clubes com as organizadas e facilitar a investigação de possíveis crimes que fujam ao controle. Inicialmente, quem descumprir o termo estaria sujeito à perda de um até 10 mandos de campo.
Os clubes vedariam e extinguiriam qualquer tipo de benefício às torcidas organizadas, seja por meio de concessão de ingressos, transporte. As outras medidas têm relação direta com o aparelhamento dos clubes, a logística para facilitar o controle, para auxiliar as autoridades na identificação e na detenção de criminosos sejam eles membros ou não de torcidas organizadas”, afirmou Schmitt.
Entre outras medidas citadas também está o veto à entrada das organizadas nos Centros de Treinamentos para tirar qualquer tipo de satisfação com atletas ou dirigentes. A intenção é preservar o trabalho das equipes por pior que sejam os resultados. Além disso, os ingressos destinados aos clubes visitantes terão de ser efetivamente apenas para seus torcedores e não para membros de suas coligadas, como ocorreu no caso da última sexta-feira, quando o torcedor do Sport Paulo Ricardo foi morto enquanto acompanhava a Fúria Independente, do Paraná.
O próximo passo a ser dado para a validação do TAC será levar a proposta ao conhecimento do presidente do STJD, Flávio Zveiter, e só depois que fechado o texto, o documento será levado à CBF e aos demais clubes. “Que volte a oportunidade de paz nos estádios, com famílias e com torcidas organizadas, que muito abrilhantam o espetáculo com cânticos de apoio, e não de guerra, violência e de formas pitorescas e dantescas de confronto com rivais”, finalizou Schmitt.