O Fair Play Trabalhista já é motivo de polêmica e discussão no meio futebolístico. Se dirigentes dos principais clubes de Pernambuco se mostraram temerosos quanto à implantação da medida, cada um com seus motivos, no âmbito jurídico, as opiniões são divergentes.
Em nível nacional, o procurador do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, Paulo Schmitt, que oferecerá a denúncia ao STJD, caso algum clube seja notificado por conta do atraso salarial nas Séries A, B ou C, espera que o Fair Play Trabalhista, de fato, funcione na prática.
Já o advogado Eduardo Lopes, que é vice-presidente jurídico do Santa Cruz, praticamente cravou que a medida só favorecerá um lado. “Como vai aplicar essa mudança para os desiguais? Essa maneira simplista de tratar o assunto não resolverá os problemas do futebol brasileiro”, acredita Lopes.
Segundo lembrou Lopes, na Série B do Campeonato Brasileiro do ano passado, 19 dos 20 times receberam, juntos, R$ 57 milhões provenientes da cota de televisionamento, o que deu R$ 3 milhões para cada um deles. Por outro lado, Vasco, pertencente ao extinto Clube dos 13, embolsou sozinho uma cota de R$ 70 milhões. “Qual o motivo para essa injustiça? Com base nesses valores, como aplicar a mesma lei para os desiguais? Isso só resolverá o lado dos atletas”, reclamou.
Para Paulo Schmitt, a expectativa é positiva quanto à implantação da medida. “Como se diz na gíria, vai que cola. É esperar para ver como isso será na prática, mas a ideia é que os clubes cumpram suas obrigações pecuniárias”, disse.
Segundo afirmou o procurador do STJD, o órgão está alinhado com a CBF e agirá com o extremo rigor, de acordo com o Regulamento Específico das Competições.