Promotoria pede dois anos de prisão para presidente do Barça por caso Neymar

Pedidos de pena foram apresentados depois que, em 13 de março, o juiz Pablo Ruz decidiu enviar os casos de Bartomeu e Rosell a julgamento
Da AFP
Publicado em 23/03/2015 às 10:21
Pedidos de pena foram apresentados depois que, em 13 de março, o juiz Pablo Ruz decidiu enviar os casos de Bartomeu e Rosell a julgamento Foto: Foto: AFP


Atualizada às 11h15

A promotoria pediu dois anos e três meses de prisão para o presidente do FC Barcelona, Josep Maria Bartomeu, e sete anos e seis meses para seu antecessor, Sandro Rosell, por supostos crimes fiscais na contratação do brasileiro Neymar, informaram nesta segunda-feira fontes judiciais.

A promotoria, que também pediu uma multa de 22,2 milhões de euros (24,1 milhões de dólares) para o clube, atribui um delito fiscal a Bartomeu, assim como dois delitos fiscais e um societário a Rosell e três delitos fiscais ao Barcelona.

Os pedidos de pena foram apresentados depois que, em 13 de março, o juiz Pablo Ruz decidiu enviar os casos de Bartomeu e Rosell a julgamento, depois de concluir a instrução pelas supostas irregularidades fiscais na transferência de Neymar.

O promotor José Perals Calleja considera que o custo da contratação de Neymar alcançou no mínimo o valor de 83.371.000 euros, consequência de Rosell ter decidido antecipar em um ano a transferência do brasileiro.

O atacante assinou contrato com o Barça por cinco temporadas em maio de 2013, mas o clube tinha a previsão de incorporá-lo ao elenco inicialmente em 2014. Um acordo havia sido assinado em 2011.

A antecipação, decidida por Rosell e Bartomeu "sem a autorização da diretoria, obrigou o Barça a oferecer mais dinheiro ao jogador, dos 40 milhões de euros inicialmente acertados, e a pagar ao Santos a transferência do atleta, segundo o promotor.

Com a intenção de ocultar o custo real do jogador, Rosell "idealizou fragmentar o pagamento em diversas parcelas e para isto formalizou uma série de contratos" com o Santos e com empresas do pai de Neymar, titular dos direitos do jogador, "com diversos objetos e denominações" ao longo de 2011, 2013 e 2014.

Mas os contratos tinham a mesma causa, a contratação de Neymar, segundo promotor. Na operação, o Barcelona teria fraudado o fisco "nos exercícios 2011, 2013 e 2014 (...) no total de 12,3 milhões de euros". O magistrado da Audiência Nacional, principal instância penal espanhola, considerou que o clube, Rosell e Bartomeu podem ter incorrido em três crimes contra a Fazenda pública.

O juiz Ruz calculou em 83,3 milhões de euros a quantia paga pela contratação do atacante brasileiro em 2013, o que, segundo ele, "eleva a mais de 13 milhões de euros o valor da suposta fraude" ao fisco espanhol.

De acordo com Ruz, os diferentes contratos utilizados na operação complexa "pretendiam acobertar ou ocultar o que na realidade constituíam um custo maior para o FCB", com o objetivo de "evitar ou atenuar de maneira sub-reptícia o pagamento à Fazenda Pública" dos impostos correspondentes à operação.

A situação judicial pode prejudicar Bartomeu, candidato a um novo mandato de presidente do Barça nas eleições previstas para o meio do ano.

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