'Panama Papers' aponta para contrato duvidoso assinado por Infantino

De acordo com o jornal alemão, Infantino assinou em 2006 e 2007 contratos que dizem respeito aos direitos de três temporadas da Liga dos Campeões
Da AFP
Publicado em 05/04/2016 às 22:26
De acordo com o jornal alemão, Infantino assinou em 2006 e 2007 contratos que dizem respeito aos direitos de três temporadas da Liga dos Campeões Foto: Foto: AFP


O presidente da Fifa, Gianni Infantino, está sendo acusado em meio ao escândalo "Panama Papers" de ter assinado contratos de cessão de direitos de transmissão com uma empresa offshore quando comandava o departamento jurídico da Uefa, informou nesta terça-feira o jornal Süddeutsche Zeitung.

De acordo com o jornal alemão, Infantino - eleito presidente da Fifa em fevereiro - assinou em 2006 e 2007 contratos que dizem respeito aos direitos de três temporadas da Liga dos Campeões com empresários hoje investigados pela justiça americana no esquema de corrupção que abala o futebol mundial.

"Estou consternado e não vou aceitar que minha integridade esteja sendo posta em dúvida por alguns veículos, especialmente porque a Uefa já divulgou todos os fatos em relação a esses contratos", rebateu o dirigente em um comunicado.

A empresa Cross Trading, baseada em Niue, uma ilha do sul-Pacífico, adquiriu os direitos de transmissão das temporadas de 2006 a 2009 por 111 mil dólares. No ano seguinte, conseguiu os direitos da Copa da Uefa e da Supercopa Europeia.

Os donos dessa empresa, os argentinos Hugo e Mariano Jinkis, foram indiciados pela justiça americana sob acusações de pagar propina em troca de direitos de competições da Fifa na América do Sul.

O Cross Fading revendeu em seguida os direitos da Champoions por praticamente o triplo do preço, 311 mil dólares.

"Como disse anteriormente, nunca lidei pessoalmente com a Cross Trading e nenhum de seus donos, já que o processo foi conduzido pelo Team Marketing em prol da Uefa", argumentou Infantino, que ocupava na época o cargo de diretor jurídico da Uefa, antes de se tornar secretário-geral da entidade, e braço-direito do presidente Michel Platini.

"Além disso, como a mídia já informa, não há indicação alguma de desvio de conduta tanto da Uefa quanto minha em relação a essa questão", resumiu Infantino.

O escândalo "Panama Papers" estourou no domingo, quando um grupo de jornais internacionais divulgou mais de um ano de pesquisas sobre 11,5 milhões de documentos vazados do escritório panamenho de advogados Mossack Fonseca.

O arquivos revelariam a suposta evasão fiscal realizada por políticos, artistas, empresários e até atletas, entre eles o craque argentino Lionel Messi.

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