O julgamento contra o craque argentino Lionel Messi, camisa 10 do Barcelona e da seleção de seu país, por fraude fiscal começou nesta terça-feira (31) na Espanha.
O jogador deve prestar depoimento na quinta-feira (2), quando provavelmente atribuirá a gestão de sua fortuna a seu pai.
O processo, que nesta terça-feira é dedicado a questões de procedimento, começou sem a presença do atleta em um tribunal de Barcelona, com grande presença de jornalistas.
O advogado de Messi, Javier Sánchez-Vera, afirmou que o jogador tinha a intenção de comparecer ao tribunal no primeiro dia, mas não teve condições por causa da lesão - uma pancada nas costas - sofrida na semana passada no amistoso em que a Argentina venceu Honduras por 1-0.
Messi deve comparecer apenas na quinta-feira para prestar depoimento ao lado do pai, Jorge Horacio.
O jogador e seu pai são acusados de organizar uma rede de empresas de fachada em Belize e no Uruguai, considerados paraísos fiscais na época, para ocultar o dinheiro recebido pelos direitos de imagem do jogador entre 2007 e 2009. A suposta fraude ao fisco espanhol chegou a 4,16 milhões de euros.
Caso sejam declarados culpados, a Advocacia do Estado deseja para Messi e seu pai uma multa equivalente ao valor fraudado e 22 meses e meio de prisão. Como não possuem antecedentes judiciais, a princípio eles não teriam que cumprir esta eventual pena.
O escândalo fora dos campos persegue Messi desde junho de 2013.
Muitos acreditam que o astro de 28 anos deve repetir o depoimento apresentado há três anos.
"Assinei as coisas, mas nunca olho os contratos. Não sei o que assino", teria declarado o jogador em setembro de 2013 à juíza de instrução do caso, segundo o jornal El Periódico da Catalunha.
De acordo com o jornal de Barcelona, a magistrada exibiu vários contratos de patrocínio assinados por Messi que ele não conseguiu recordar.
"Nunca pensei no tema dinheiro. É algo que meu pai administra. E confio nele. Eu me dedico a jogar futebol", respondeu Messi.
Como já fizeram em 2013, os Messi pretendem desvincular o craque do Barça e da seleção argentina da gestão de sua fortuna, atribuindo a responsabilidade a seu pai.
A promotoria aceitou esta versão e pediu o arquivamento do caso contra o jogador, mas a Advocacia do Estado, representante da Fazenda espanhola, decidiu manter a acusação.