Desde que assumiu a seleção brasileira, Tite navega em mares tranquilos. É que, sob o seu comando, o Brasil encorpou, venceu com autoridade as quatro partidas que disputou, assumiu a liderança das Eliminatórias Sul-Americanas e resgatou o apoio do torcedor. Situação bem diferente a vivida pela pressionada Argentina, que vem de três partidas sem vitória e se encontra fora inclusive da zona de repescagem do qualificatório para a Copa do Mundo da Rússia, em 2018. Cenários antagônicos que podem se consolidar ou se inverter a depender do resultado do duelo entre as arquirrivais, que se enfrentam nesta quinta-feira, no Mineirão, em Belo Horizonte, pela 11ª rodada das Eliminatórias. É o peso de um dos maiores clássicos do futebol mundial.
Uma possível vitória pode ter ainda mais peso para os argentinos, tendo em vista que a seleção vive uma crise também fora de campo. Sem presidente na Associação de Futebol da Argentina (AFA) desde junho, os hermanos ainda estão há 23 anos sem conquistar títulos, o que aumenta ainda mais a pressão da torcida
Segundo Igor Moura, da Rádio Jornal, uma derrota da seleção brasileira pode ser considerada apenas um tropeço, enquanto para os argentinos pode trazer ainda mais pressão ao time. “Acho que se perder, o Brasil não entra em crise. Pela pontuação que já tem nas Eliminatórias e pela performance que o time tem na mão de Tite. Entretanto, a Argentina entra em crise sim. Primeiro porque sofreu um baque até quando não jogou, com a punição da Bolívia. Depois vai ter um jogo contra a Colômbia, onde vai entrar bastante pressionado em casa. Uma derrota da Argentina vai ser realmente um acidente muito grande. Para o Brasil pode ser considerado uma falha nesse percurso. Acho que a Argentina vai sofrer um pouco mais”, afirmou Igor.
Carlyle Paes Barreto, colunista do Jornal do Commercio, tem um discurso semelhante ao de Igor Moura. Para ele, a Argentina chega pressionada e irá enfrentar um Brasil que está em franca ascensão.
“A impressão que dá é que o Brasil está saindo de uma entressafra. E a Argentina, entrando nela. Isso depois de desperdiçar sua geração mais talentosa, embora não tenha conquistado título expressivo. Isso já seria suficiente para os argentinos se sentirem pressionados, para encarar uma seleção brasileira em evolução. Ainda mais vindo de seguidos tropeços. Por isso tudo, eu acho que se perder, o Brasil não entra em crise, mas a situação da Argentina piora ainda mais”, comentou Carlyle.