China não causa grande estrago nos times brasileiros

Chineses levaram apenas um jogador de clubes brasileiros nesta janela de transferências
JC Online
Publicado em 01/03/2019 às 18:38
Chineses levaram apenas um jogador de clubes brasileiros nesta janela de transferências Foto: Twitter Henrique Dourado


A janela de contratações para os clubes chineses encerrou na última quinta-feira (28/2) com uma diferença em relação aos anos anteriores. Em vez de equipes da Superliga Chinesa esvaziarem a Série A do Campeonato Brasileiro e levarem vários jogadores, como fizeram nos últimos anos, desta vez foi diferente. A única venda de times brasileiros rumo ao país asiático foi a ida de Henrique Dourado, do Flamengo, para o Henan Jianye, por R$ 22 milhões.

Entre 2015 e 2016, por exemplo, o mercado chinês provocou grandes estragos nos clubes brasileiros. Apenas o Corinthians chegou a vender quatro titulares na virada do ano, com as saídas de Ralf, Jadson, Renato Augusto e Gil. Já de 2014 para 2015, o fluxo migratório foi ainda maior: os chineses levaram seis nomes, entre eles Barcos, Marcelo Moreno, Diego Tardelli e Ricardo Goulart.

Depois de anos com reforços vindos dos Brasil, os clubes chineses mudaram a rota de investimento. A última janela de transferências mostrou a busca por contratações em mercados alternativos, como Noruega e Israel, mas a dominância foi em países tradicionais. Até mesmo a segunda divisão inglesa forneceu três reforços para equipes da China, mesmo número de atletas trazidos da Premier League (liga que organiza o Campeonato Inglês) e do Campeonato Espanhol.

A diminuição nas saídas de jogadores de clubes brasileiros rumo à China pode ser explicada principalmente por dois fatores. A liga chinesa freou os investimentos em estrangeiros, com a definição de um teto no orçamento em cerca de R$ 670 milhões anuais. A partir de agora, os clubes terão de seguir um padrão nos contratos estipulado pela Associação de Futebol da China e sem poder oferecer bônus em dinheiro pelas vitórias.

Também há no país uma mudança de comportamento de dar mais chances aos atletas locais. O outro motivo é a mobilização no Brasil para segurar os jogadores e conseguir resistir às investidas. O Palmeiras teve de se desdobrar nesta janela. O clube ofereceu aumentos e prorrogou os contratos de Bruno Henrique e Dudu, jogadores que recebiam sondagens bastante atrativas de chineses. O atacante Deyverson por pouco não se transferiu, porém preferiu recusar a oportunidade e ficar.

Após viver uma explosão de brasileiros na liga, a China não seduz tanto os atletas pelos casos recentes de atraso salarial. O atacante Biro Biro conseguiu a rescisão contratual para acertar com o São Paulo justamente por estar com esse problema. "Algumas situações que estão sendo vividas na China nos fazem raciocinar. Tem time da segunda divisão que está há meses sem pagar impostos, fechando as portas. Se ir para lá é interessante, depende da cidade de cada um", disse em janeiro o técnico do Palmeiras, Luiz Felipe Scolari, sobre a situação no mercado chinês.

NÚMEROS

A Superliga Chinesa chegou a ter 29 brasileiros em 2015. Atualmente o número é um pouco menor: 24. A curiosidade desta janela de transferências atual é que enquanto apenas Henrique Dourado deixou a Série A para se transferir, o movimento contrário foi bem maior. Nomes como Ricardo Goulart, Hernanes, Diego Tardelli e Junior Urso voltaram ao Brasil para reforçarem times brasileiros. 

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