Fosse Chile ou Peru a vencer o clássico dos Andes na segunda semifinal, causaria uma final inédita na Copa América. Com um 3x0, com gols de Flores e Youtún, no primeiro tempo, e Guerrero, na etapa complementar, na noite desta quarta-feira (3), na Arena do Grêmio, ficou a cargo dos peruanos fazer uma decisão diferente. Assim, Brasil e Peru voltam a se enfrentar na competição. O palco da vez é o estádio do Maracanã, às 17h de domingo (7).
O Brasil tem ampla vantagem sobre o Peru. Em 44 encontros entre as duas seleções, as vitórias da seleção brasileira chegam a 70,5% do total, com 31 jogos vencidos. São também nove empates e apenas quatro triunfos peruanos. Mas, dessas partidas mais felizes para os vizinhos, duas podem ser bem lembradas: a mais recente foi na Copa América do Centenário, em 2016, um 1x0 que eliminou o Brasil na primeira fase e derrubou o técnico Dunga.
Voltando um pouco mais no tempo, um mata-mata curioso. Em 1975, o Peru venceu a Copa América pela última vez. Na semifinal, que aconteceu em dois jogos, o primeiro no Mineirão e o segundo em Lima, o visitante venceu cada um. Na época, o regulamento previa desempate em sorteio. A bolinha que saiu era vermelha e branca e tinha a letra P, fazendo os peruanos avançarem.
O desejo do Chile de uma terceira final consecutiva em busca do tri continental começou a ser frustrado logo aos 20 minutos do primeiro tempo. Em um cruzamento de Cueva, a bola foi desviada no meio do caminho, na grande área roja, e encontrou Flores do outro lado, para mandar para a rede, abrindo o placar.
No prejuízo, os chilenos não podiam errar. Mas, aparentemente o goleiro Arias não foi informado. O arqueiro saiu da área e foi quase até a bandeira de escanteio esquerda para tentar desarmar o ataque peruano. E ele errou. A bola foi cruzada na meia lua e Youtún, sem deixar cair, matou no peito e marcou o segundo gol, enquanto Arias ainda voltava para seu lugar.
Ainda nesta etapa, o Chile teve uma boa chance de diminuir. Mas a noite de clássico andino era mesmo dos maiores herdeiros incas. Aos 43 minutos, Fuenzalida, quase na pequena área, finalizou firme para o gol e Gallese fez uma linda defesa, impedindo a oportunidade chilena.
No segundo tempo, o Chile teve outro bom lance para fazer seu primeiro gol no jogo. Logo aos 5 minutos, uma falta cobrada na área, Vargas cabeceou a bola na trave. O Peru também abusou do desperdício. Aos 14, quatro jogadores peruanos avançaram ao ataque contra dois chilenos. Guerrero achou Cueva, que ajeitou para Yotún. Este, porém, mandou a bola muito alta, mesmo sem marcação.
Parecia um cruzamento, mas a bola foi em direção ao gol. Beausejour recebeu do lado esquerdo e bateu chapado. Seria um belíssimo tento, mas como não era para ser, Gallese marcou mais uma defesa na partida. Antes da marca de 30 minutos, Vargas avançou sozinho, finalizou bem e o goleiro peruano mais uma vez defendeu.
No final, ainda deu tempo do maior artilheiro em atividade da Copa América marcar o seu. Aos 45 minutos, Guerrero invadiu a área, driblou o goleiro e mandou para a rede, fechando o placar. Isso porque era a noite de Gallese se consagrar. Aos 50 minutos, um pênalti para o Chile cobrado por Vargas parou nas mãos do arqueiro peruano, garantindo o Peru no domingo no estádio do Maracanã.
Chile: Arias; Isla, Medel, Maripán (Castillo) e Beausejour; Pulgar, Aránguiz e Vidal; Fuenzalida (Sagal), Alexis Sánchez e Vargas. Técnico: Reinaldo Rueda
Peru: Gallese; Advíncula, Zambrano, Abram e Trauco; Renato Tapia, Yotún e Carrillo (Polo); Cueva (Ballón), Flores (Gonzáles) e Guerrero. Técnico: Ricardo Gareca
Copa América 2019 (semifinal). Local: Arena do Grêmio, em Porto Alegre (RS). Árbitro: Wilmar Roldan (Colômbia). Assistentes: Alexander Guzman e Wilmar Navarro (ambos da Colômbia). Gols: Flores, aos 20', e Youtún, aos 37' do 1T, e Guerrero, aos 45' do 2T (P). Cartões amarelos: Advíncula (P); Sagal (C).