Em meio a clubes centenários e outros não tão antigos assim, o Retrô chega à elite do futebol estadual, no próximo ano, na condição de caçula do torneio. Nem por isso, as pretensões se limitam as de estreante. Apesar de ter apenas três anos de fundação, o clube entra no Campeonato Pernambucano 2020 com o objetivo de encerrar a primeira fase entre os seis que irão disputar o mata-mata. Outra meta absoluta do time do empresário Laércio Guerra (ex-diretor do Sport) é garantir vaga na Série D de 2021. Para isso, além do planejamento, a equipe conta com uma estrutura que impressiona.
No suntuoso centro de treinamento erguido em Aldeia, na Região Metropolitana do Recife, o time profissional conta com área de trabalho digna de qualquer time grande do País. São seis campos de futebol, hotel, restaurante, academia de ginástica com os maquinários modernos, auditório e sala de imprensa. Há ainda outros cinco campos em obras. A área total construída é de 16 hectares. “Realmente a nossa estrutura faz diferença. Com ela recuperamos uns 40 a 60 anos que os outros clubes têm a nossa frente”, afirmou o diretor executivo do Retrô, Gustavo Jordão.
A equipe será conduzida pelo treinador Rômulo Oliveira, efetivado no cargo após trabalho no sub-20 do clube. Ele chega para substituir Pedro Manta, que conduziu o Retrô à elite do Estadual e estará à frente do Afogados da Ingazeira durante a competição do ano que vem.
No que diz respeito ao elenco, há sete integrantes da campanha que acabou com o vice-campeonato da Série A2 Estadual. Todos formados no clube. “Creio que três (dos remanescentes) vão jogar. Se não forem titulares, vão estar no banco e entrando o tempo todo”, comentou Gustavo Jordão.
Leia Também
- Sertanejos querem complicar vida dos grandes da capital
- Com portões fechados para torcida, atletas do Retrô prestigiam final da Copa Pernambuco
- Com Retrô de olho, Santa Cruz não definiu futuro de Jeremias e Silas
- Técnico do Retrô exalta estrutura e projeto futuro positivo
- Acesso da Série A2 é conquistado por Retrô e Decisão
- Procuradores veem 'retrocesso democrático' em indicação de Aras e convocam ato
- Central confia em experiente meia Danilinho, enquanto Vitória aposta na base
Os demais jogadores do Retrô foram contratados com base, sobretudo, nos estudos feitos pelos analistas de desempenho do clube. “Esse elenco foi cuidadosamente montado. A gente trabalha muito em cima de estatísticas, para minimizar o erro. Por exemplo, fizemos um estudo - o nosso foco principal é a Série D - então, a estudamos os três últimos Pernambucanos e vimos a média de gols das equipes que foram para a Série D. Foram 15 gols. Procuramos um ataque que dê esse número. Buscamos um camisa 9 que faça oito, 10 gols numa temporada. Dois extremos que façam cinco, seis gols. Se eu tenho uma linha de frente acostumada a fazer isso, então isso vai se repetir. Claro que existem variáveis”, observou o diretor executivo do Retrô.
ATAQUE
Entre os homens de frente, o técnico Rômulo Guimarães terá à disposição Willian Lira, que estava no boliviano Destroyer’s, Charles, ex-Afogados da Ingazeira, Everton Felipe, que estava atuando em Malta, e Kelvin, contratado junto ao Decisão. Os nomes mais conhecidos do futebol pernambucano que integram o elenco são o lateral-esquerdo Tiago Costa, ex-Náutico e Santa Cruz, e o volante Moreilândia, que acumula diversas passagens pelo Salgueiro. Enquanto o ala estava no Joinville, o jogador de meio-campo atuou este ano pelo América-RN. No gol, Jean, que veio do Imperatriz, deve ser o dono da posição.
“Tivemos 15 dias de trabalho desde a apresentação. Foi uma semana de testes físicos. E uma semana de trabalhos com bola. Tivemos muito cuidado no processo de contratação, contratamos a dedo. Escolhemos atletas que viessem com perfil o próximo daquilo que a gente quer para o Retrô. Acredito que vai dar certo. Estamos iniciando ainda. Agora é trabalhar”, disse o técnico Rômulo Oliveira.