Ao defender a realização da Copa do Mundo no Brasil durante fórum de gestão esportiva realizado nesta sexta-feira, em São Paulo,o ex-centroavante Ronaldo Fenômeno aproveitou para bater forte nos políticos. “O povo está traumatizado com os corruptos. Está todo mundo revoltado e eu também estou”, disse.
Membro do Comitê Organizador Local (COL), ele explicou a sua função no órgão e pediu que a população manifeste a sua indignação nas urnas e não durante o Mundial.
“Sou completamente contra superfaturamento, mas não sou eu quem faz auditoria e assina contrato. O que espero é que a população cobre cada vez mais. Estão chegando as eleições de outubro. Está todo mundo descontente, mas tem de escolher bem o seu candidato e votar com consciência. As manifestações foram um aviso de que a população está de saco cheio”, declarou.
Segundo Ronaldo, ainda há confusão entre as pessoas sobre o legado que o Mundial deixará ao Brasil e a expectativa criada pela população foi muito maior do que a realidade.
“As pessoas começaram a imaginar a Copa do Mundo como a salvação de todos os problemas do nosso país. Achavam que a Copa ia fazer com que tivéssemos uma saúde de qualidade e educação digna. A Copa não vai resolver esses problemas, mas vai trazer centenas de milhares de oportunidades e empregos e novos estádios”, afirmou.
O ex-jogador também voltou a explicar a sua declaração, dada em 2011, de que “Copa não se faz com hospitais”. Ronaldo, que foi muito criticado pelo comentário e virou alvo de manifestantes, disse que não há relação entre a realização do Mundial e melhorias na saúde e que as duas coisas são distintas.
“Não foi desviado dinheiro da saúde para a Copa do Mundo. O projeto do Mundial é de 2007 e a verba já estava separada. O Brasil é um país muito rico e tem dinheiro para fazer tudo”, explicou.
Ronaldo também saiu em defesa da Fifa. “Falam que a Fifa está tendo lucro, mas qual é a empresa que não quer ter lucro? Todo mundo quer ganhar dinheiro. O que não pode é ter superfaturamento e desvio de dinheiro.”