Antes radical, Gabriel Medina busca ser regular no surfe

Agora, aos 20 anos, ele confessa que mudou um pouco seu jeito de surfar para conseguir ter mais regularidade nas competições
Giovanna Torreão
Publicado em 14/10/2014 às 8:07
Agora, aos 20 anos, ele confessa que mudou um pouco seu jeito de surfar para conseguir ter mais regularidade nas competições Foto: Foto: Reprodução/Internet


O surfista Gabriel Medina chamou a atenção do mundo, há alguns anos, por causa de suas manobras ousadas, seus aéreos e estilo radical em cima da prancha. Ganhou o apelido de “Neymar do surfe” e por isso já era tido como uma promessa brasileira no esporte. Agora, aos 20 anos, ele confessa que mudou um pouco seu jeito de surfar para conseguir ter mais regularidade nas competições.

“Eu mudei meu jeito de surfar na bateria. Antes arriscava mais e se caísse, beleza, pois iria tentar novamente na outra. Esse ano venho surfando como os surfistas mais experientes surfavam. Eu assisti bastante ao Kelly (Slater), Mick (Fanning) e Parko (Joel Parkinson) e o jeito deles tirarem nota era surfando normal. É isso que tenho feito e tem funcionado. Eu descobri o que os juízes queriam, venho fazendo e tem dado certo”, disse o brasileiro.

Coincidência ou não, o fato é que o brasileiro está na liderança do Circuito Mundial de Surfe e pode ser campeão antecipado da temporada na 10.ª etapa, em Portugal, que só não começou na praia de Supertubos, em Peniche, por falta de boas condições para a prática do esporte. A previsão é que a situação comece a melhorar, mas existe uma chance de começar ainda nesta terça-feira.

Nesta segunda, a reportagem acompanhou um treinamento do garoto que pode ser o primeiro brasileiro a conquistar um título na elite. Apesar de ter uma grande variação de manobras, Medina tem optado por um estilo mais clássico, pois sabe que, se precisar ousar, ele consegue. Debaixo de chuva e com muito vento, ele entrou no mar no Pico da Mota, na praia de Belgas, e ficou lá por mais de duas horas.

Na praia, o pai e treinador Charles Saldanha olhava tudo atentamente. Enquanto passava frio e ficava todo molhado, analisava o desempenho do garoto. “Essa mudança de estilo foi uma estratégia nossa. Muitas vezes, você precisa de uma nota 6 para vencer e pode conseguir isso apenas dando batidas. Com isso tem 99% de chance de não cair. Se der um aéreo, pode conseguir um 8,5, mas a chance de cair é muito maior. Depende do momento da bateria”, explicou.

Medina ficou boa parte do treinamento ao lado de Jadson André, brasileiro que acabou de vencer a etapa de Cascais, dias atrás, em Portugal. Os dois mostram que estão afiados para a disputa em Peniche. Ambos deram belos aéreos, batidas fortes na crista da onda e pegaram alguns tubos. Medina ainda trocou de prancha na metade do treino e encerrou a sua participação dando um aéreo 360º sem segurar a prancha. “Foi um treino legal, gostei dessa onda”, disse ao final da atividade.

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