Depois de ver a Mercedes conquistar uma dobradinha tranquila na prova de abertura do Mundial de F-1 deste ano e colocar mais de 30 segundos de vantagem sobre o terceiro colocado no GP da Austrália, o ferrarista Sebastian Vettel, a Red Bull voltou a ameaçar deixar a categoria.
O time, que venceu quatro campeonatos seguidos e viu a Mercedes roubar-lhe a hegemonia no ano passado, ajudada pela mudança no regulamento que introduziu os motores V6 turbo no lugar dos V8, teve um final de semana complicado.
Daniil Kvyat teve problemas em seu carro quando levava seu carro para o grid e nem chegou a alinhá-lo na reta do circuito de Albert Park.
Já Daniel Ricciardo sofreu para acompanhar o ritmo da Sauber de Felipe Nasr e completou a prova em Melbourne na sexta colocação.
"Vamos avaliar a situação mais uma vez [no verão], já que todos os anos nós olhamos nossos gastos e lucros. Se estivermos totalmente insatisfeitos podemos contemplar deixar a F-1. Sim, o risco de [Dietrich] Mateschitz perder sua paixão pela F-1 existe", afirmou Helmut Marko, consultor da Red Bull.
"Estas unidades de potência atuais são a solução errada para a categoria e diríamos isso mesmo se a Renault [fornecedora de motores da equipe] estivesse na liderança. As regras atualmente são incompreensíveis, muito complicadas e muito caras. Um projetista como Adrian Newey está castrado. Estas regras vão matar o esporte", completou Marko.
Os comentários vieram depois que Christian Horner, chefe da equipe austríaca, afirmou que a FIA deveria agir para fazer com que as equipes da F-1 tivessem uma disputa mais equilibrada.
"Quando estávamos ganhando, nunca tivemos a vantagem que eles [Mercedes] têm. Lembro que os difusores duplos foram banidos, os escapes foram mudados e várias outras coisas foram proibidas", reclamou o dirigente.
"A FIA, dentro das regras, tem mecanismos de equalização. Acredito que eles talvez precisem dar uma pensada neste assunto", disse.
No ano passado, também após o GP da Austrália, quando Daniel Ricciardo foi desclassificado após a FIA encontrar irregularidades em seu carro, a Red Bull também ameaçou deixar a categoria -o australiano havia chegado na segunda colocação em Melbourne.
Apesar das ameaças, a equipe austríaca tem contrato com a F-1 até 2020.