Após ataque de tubarão, Liga Mundial de Surfe prepara mudanças na segurança

Incidente aconteceu no último domingo (19), durante bateria final da sexta etapa do evento
Do JC Online
Publicado em 20/07/2015 às 12:51
Incidente aconteceu no último domingo (19), durante bateria final da sexta etapa do evento Foto: WSL/Divulgação


Depois do ataque de um tubarão grande branco contra o australiano Mick Fanning, 34, no domingo (19), a WSL (Liga Mundial de Surfe) já pensa em mudanças na segurança dos surfistas. Fanning foi atacado enquanto disputava a bateria final da sexta etapa do Mundial, em Jeffreys Bay, na África do Sul, contra o compatriota Julian Wilson, 26.

Os dirigentes da Liga vão se reunir nos próximos dias para discutir formas para melhorar a segurança dos surfistas no mar. "Como em qualquer outro esporte, nós, obviamente, estamos sempre procurando melhorias nesse sentido. Sempre dá para fazer melhor. A gente vai ter reuniões para melhorar ainda mais a segurança dentro da água", disse Renato Hickel, diretor da liga, à reportagem, por telefone.

O dirigente, porém, ainda não sabe quais mudanças serão feitas. A área de competição das etapas do Mundial é sempre monitorada. Em Jeffreys Bay, por ser uma praia perigosa, há sempre uma lancha e dois jet skis na água, que estão lá só para observar a presença de tubarões.

Na areia da praia, há salva-vidas e até olheiros, que estão sempre em alerta. No caso do último domingo (19), nada foi visto. Só foram notar a presença do tubarão quando o animal já estava atacando Fanning, que sofreu apenas alguns arranhões e curtiu até um churrasco depois.

Assim que aconteceu o incidente, o narrador das baterias na praia pediu assistência dos jet skis e alertou para que todos saíssem do mar o mais rápido possível. A buzina que indica o fim da bateria foi tocada logo em seguida.

Hickel exaltou a rápida ação da equipe de segurança, mas ressaltou que tubarões não são as únicas ameaças no surfe. Nas redes sociais, alguns fãs da modalidade criticaram a liga por realizar etapas em praias com grande risco de ataque desses animais.

"Podemos muito bem ir para lugares em que não há tubarão. Mas o cara pode bater com a cabeça num recife e morrer. Pode bater com a cabeça num banco de areia, como aconteceu com um surfista que ficou tetraplégico. O esporte é perigoso de uma maneira geral", disse Hickel.

Jeffreys Bay é uma das praias mais perigosas para a prática do surfe por causa da presença de tubarões. Os australianos Taj Burrow, 37, em 2003, e Michael Lowe, 38, em 2007, disseram que foram perseguidos por um durante uma bateria.

A presença desses animais em eventos da liga não é tão incomum assim. Durante a terceira etapa deste ano, em Margaret River, na Austrália, um tubarão passou do lado do australiano Jay Davies, 28.

O que surpreendeu mesmo a organização no domingo foi o ataque, algo sem precedentes no Mundial. Ainda de acordo com Hickel, um tubarão, possivelmente o mesmo que foi para cima de Fanning, foi visto novamente na praia cerca de 30 minutos depois da investida sobre o australiano.

No fim das contas, a etapa foi cancelada. A segurança e a imagem da Liga pesaram para isso.


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