A Agência Mundial Anti-Doping (Wada, na sigla em inglês) enviará ao Rio de Janeiro uma equipe para avaliar o Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD), suspenso na semana passada depois que erros técnicos foram descobertos. Como punição, a instituição passou a ser proibida de realizar análises de urinas e exames de sangue por seis meses.
Ao Estadão.com, o diretor de Comunicações da Wada, Ben Nichols, confirmou que uma equipe será enviada ao Brasil. "Um Comitê Disciplinar será formado para rever o caso", indicou. O representante da entidade, porém, se recusou a dar uma data para a viagem.
Mas tanto brasileiros como o Comitê Olímpico Internacional (COI) apostam na missão dos especialistas para cancelar a suspensão do laboratório e tentar manter a avaliação dos testes de doping no País.
A Wada, porém, corre contra o relógio, já que faltando menos de 40 dias para o início dos Jogos Olímpicos, poucos dentro da entidade se atrevem a dizer que a liberação do laboratório é algo viável.
Os problemas ainda se acumulam dentro da entidade, com dossiês envolvendo atletas russos e quenianos ainda precisando ser solucionados e um informe sobre o papel do governo de Moscou em casos de doping no seu país que está sendo programado para ser apresentado no dia 15 de julho.
Quanto ao Rio, o Comitê Organizador da Olimpíada não tinha um "Plano B". Depois de um descredenciamento do laboratório em 2014, os organizadores acreditavam que os problemas estavam solucionados. Caso o LBCD não seja liberado até agosto, as amostras deverão ser enviadas à França ou à Suíça para análise.
Para o COI, ainda daria tempo para liberar o laboratório e a entidade vem trabalhando nos bastidores para tentar superar os problemas. Nas condições impostas para realizar a Olimpíada, o COI havia exigido em 2009 que o Rio tivesse um laboratório. Na época, foi dito que sete anos seria um tempo "mais que suficiente" para erguer um novo centro.
Mas todo o projeto atrasou e, apesar dos R$ 188 milhões gastos de dinheiro público, as leis nacionais apenas foram aprovadas graças a uma medida provisória adotada pelo governo de Dilma Rousseff em um de seus últimos dias no poder.
"O que é essencial é que temos que garantir o processo de integridade dos testes. E é nisso que estamos trabalhando", disse Christoph Dubi, diretor de esportes do COI.