Assim como a maioria das equipes de futebol americano em Pernambuco, o Arcoverde Templários teve com contar com a ajuda de terceiros para iniciar as suas atividades no esporte. Para o seu primeiro jogo no ano passado, o time sertanejo teve que pegar emprestado os equipamentos de proteção do Maceió Marechais, de Alagoas. Sem nunca terem se enfrentado antes, quis o destino que ambas as equipes tenham um primeiro encontro, no próximo dia 12 de novembro, pelos playoffs da Liga Nacional.
Sem os equipamentos necessários para a proteção dos atletas, o Arcoverde passou praticamente um ano apenas treinando. Até que, em dezembro de 2015, os dirigentes resolveram organizar um amistoso contra o Caruaru Wolves para arrecadar fundos e adquirir o material. Precisando de pads (protetores de peito e ombro) e helmets (capacetes), o time contou com o apoio dos Marechais, que emprestaram os apetrechos para que a partida fosse disputada e a verba arrecadada.
Para que houvesse o empréstimo, um esquema logístico teve que ser armado. Primeiro, alguém teria que ir a Maceió para pegar os materiais. E, depois, algo imprescindível teria que acontecer: o responsável pelo transporte teria que chegar antes do kickoff. Mas tudo aconteceu dentro do previsto e os equipamentos chegaram duas horas antes do chute inicial.
Com a partida realizada e a verba de R$ 5 mil arrecadada, veio outra boa notícia: o treinador da equipe (um missionário americano) conseguiu a doação dos materiais, que vieram dos Estados Unidos. Em vez de ser gasto com os equipamentos, o dinheiro serviu para que pessoas do clube viajassem para pegar os objetos doados.
Para Alison Fonseca, vice-presidente do Arcoverde Templários, a atitude dos alagoanos representa o espírito de união entre os times da modalidade.
“A rivalidade existe dentro de campo, todo mundo quer vencer. Mas fora dele, todo mundo é amigo. A gente gasta tudo do nosso bolso. O futebol americano no Brasil é feito por amor”, disse o dirigente, que também é atleta do time.
Para a disputa dos playoffs, os sertanejos ainda não conseguiram arrecadar dinheiro para pagar a viajem até Alagoas. Porém, existe a possibilidade que a prefeitura de Arcoverde banque as passagens.