A fase de vacas gordas para o esporte olímpico brasileiro, que marcou o último ciclo, faz parte do passado. Agora, a ordem é apertar o cinto visando os Jogos de Tóquio-2020. Em um ambiente de recessão econômica, com previsão de redução dos repasses públicos e com dificuldades em fechar patrocínios, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) já avisou as confederações esportivas que será necessário um corte de gastos. Algumas delas perderão espaço na distribuição de verbas e a recomendação a todas vai ser simples e objetiva: investir nos atletas com melhor desempenho.
O responsável por arquitetar essa nova realidade é Agberto Guimarães, que assumiu a direção executiva de Esportes do COB há menos de quatro meses. Atleta olímpico na década de 1980 e especializado em gestão esportiva, ele foi taxativo: "Vamos ter de fazer escolhas. Não tem jeito".
No último quadriênio, o COB contou com um orçamento próximo a R$ 1,4 bilhão, com metade do montante oriundo de repasses da Lei Agnelo-Piva e a outra parte de patrocinadores privados. Foi o dobro do investido no ciclo de Londres-2012. Agora, apesar de não apontar valores, a entidade já sabe que os recursos irão diminuir drasticamente.
"O foco do ciclo passado era o Rio de Janeiro e obviamente você tem mais recursos. Todos os patrocinadores estavam interessados em fazer um trabalho com atletas brasileiros porque a exposição de marca quando se compete em casa é muito maior", afirmou Agberto Guimarães. "É fato que vai diminuir o patrocínio".