Aos 43 anos e acumulando duas longas suspensões por doping, o brasileiro Anderson Silva fará, na madrugada de domingo, nova tentativa de reconstruir a vitoriosa carreira no Ultimate Fighting Fighting Championship (UFC). A partir de 1h, ele disputa o co-evento principal do UFC 234, em Melbourne (AUS), contra o nigeriano Israel Adesanya. O combate marca o retorno do ex-campeão dos pesos médios aos octógonos depois do último gancho pelo uso de substâncias proibidas, que passou a ser computado em novembro de 2017.
Além de ajudar a abrandar a mácula que passou a pairar sobre seu nome, um triunfo sobre Adesanya pode encurtar o caminho do “Spider” a uma possível disputa pelo cinturão. Apesar dos dois casos de doping no currículo, o brasileiro continua em alta com a organização do Ultimate. Um dos sinais foi dado ontem. Na ocasião, o presidente da organização, Dana White, declarou que as chances dele entrar para o Hall da fama do UFC são de 110%. Para muitos especialistas, o paulista é um dos maiores lutadores de MMA da história, com 10 defesas bem-sucedidas do cinturão. “Vou focar no Adesanya e depois também vamos treinar para disputar esse cinturão”, comentou Spider, em entrevista à Agência Estado.
Outro desejo já divulgado por Anderson é o de fazer nova luta contra Nick Diaz. Eles se enfrentaram em janeiro de 2015, no duelo que marcou o retorno do brasileiro ao esporte após a grave lesão na tíbia, sofrida em dezembro de 2013, na revanche diante de Cris Weidman. Na época, os juízes chegaram a dar a vitória para Silva, mas o duelo ficou sem resultado, pois os atletas foram pegos no antidoping.
Anderson Silva testou positivo para metabólitos de drostanolona e androsterona, esteroides anabolizantes. Pelo uso das substâncias proibidas foi punido com um ano de suspensão das lutas. Já nas amostras de Nick Diaz foram encontrados metabólicos da maconha. Por ser reincidente, o norte-americano levou gancho de cinco anos.
Após cumprir a pena, Anderson Silva voltou a lutar em fevereiro de 2016, mas acabou derrotado, em decisão unânime dos árbitros, por Michael Bisping. Ainda perdeu para Daniel Cormier, pela meio-pesado, antes de vencer Derek Brunson em fevereiro de 2017. Quando parecia que Spider estava se refazendo, novo baque. No começo de 2018, foi anunciado que ele caiu mais uma vez no antidoping pelo uso de anabolizantes e diurético, em amostras colhidas em outubro de 2017.
Dois anos depois, Silva tem nova chance de se reerguer no esporte antes que a idade ou uma nova suspensão o obrigue a aposentar as luvas em definitivo.