O ano, para o Santa Cruz, começou ontem. No Arruda, 17 jogadores deram os primeiros toques na bola pela Cobra Coral em 2017. Com duas novidades, o tricolor começou definitivamente a sua preparação para a temporada. Pela primeira vez em cinco anos, assim como foi em 2011, um elenco recheado de caras novas. Depois da pífia campanha na Série A e a saída de 21 jogadores do ano passado, o Tricolor do Arruda vive um momento de transição.
“Todo mundo sabe os erros que aconteceram. Temos que agora apontar as soluções, e eu estou aqui para ajudar nisso. Hoje (ontem), entrei em campo com 17 jogadores, muitos da base. Não posso começar a dar os treinos e pensar que até dia 21 tenho que montar um time. A minha solução já tem que estar aqui. Podem chegar depois dois ou três reforços, mas não posso ficar prestando atenção em outras coisas e criar um problema. Se precisar, tenho jogadores para atuar amanhã”, afirmou Vinícius Eutrópio.
Mesmo confiante, o treinador não quer falar ainda em títulos. “Naturalmente, pela grandeza do Santa Cruz, vamos entrar numa competição para disputar o título. Porém, temos muitas etapas a serem construídas para que isso se consolide. O nosso foco hoje é montar um time. Entrando em campo, a gente vai buscar as vitórias e os resultados positivos”, explicou o treinador, que vê o Santa como o maior desafio da carreira.
“Tive dificuldades também com o Grêmio Prudente, onde treinamos só 13 dias com 20 jogadores diferentes e fomos 3º (no Paulistão) em 2010. Fizemos isso também com o Figueirense (2014, onde foi campeão catarinense) e a Chapecoense (2015). Mas a gente tinha um número de jogadores (na casa). Dessa vez, o desafio é maior. Mesmo assim, a gente vai conseguir. Não tenho dúvida disso”, ressaltou.
Ontem, apenas 17 jogadores se reapresentaram no Arruda, sendo 10 deles das categorias de base do Santa Cruz. Faltando apenas 16 dias para a estreia na temporada, contra o Paysandu na Taça Asa Branca, o técnico admitiu as dificuldades para repor as perdas do elenco. Principalmente pelo exemplo ruim de 2016, quando o clube acabou o ano devendo salários a funcionários do administrativo e a jogadores.
“Não vou usar a palavra atrapalhar, mas um dos maiores obstáculos foi o tempo. Fui apresentado para fazer uma reconstrução total. As contratações estão vindo até de forma ágil, mas muitos atletas saíram. Estou satisfeito (com os reforços) e com o que estamos buscando. Agora o desafio é transformar isso em uma equipe em pouco tempo”, disse Eutrópio.
A montagem do elenco coral tem prazo: o comandante coral espera ter a equipe pronta até a próxima semana. “Estamos tratando com vários nomes ao mesmo tempo, com negociações bem adiantadas. A expectativa é que a gente possa estar com o grupo fechado até a próxima quarta.”