Depois de sete anos, o maior vencedor entre os diretores de futebol de Pernambuco na última década vai deixar o comando do Santa Cruz. Em entrevista ao JC, Constantino Júnior (Tininho) confirmou que, a partir de 2018, independentemente do resultado da eleição de dezembro, não estará mais ligado à cúpula coral. Um novo marco para o Santa, rebaixado matematicamente sábado, após a derrota para o Boa Esporte.
“É um desgaste pessoal muito grande, de abdicação da própria família. De cabeça fria, até me arrependo de algumas coisas. Às vezes, não conheci limites e me dei demais, movido pela paixão. Não é fácil tocar um clube com as dificuldades que tem o Santa. Foi um ano muito duro. Passei dois meses e meio sem ir no Arruda (problema de saúde), e o clube acabou desandando. Agora, preciso cuidar um pouca da minha vida e família e ter mais tranquilidade”, explicou Constantino.
Após uma passagem apagada em 2008, com o rebaixamento para a Série D na gestão Edinho, Tininho, como é conhecido, voltou a ser diretor de futebol do clube em 2010. Em sete temporadas, sete títulos: cinco Estaduais (2011, 2012, 2013, 2015 e 2016), uma Série C (2013) uma Copa do Nordeste (2016), além de três acessos (2011, 2013 e 2015) e dois rebaixamentos (2016 e 2017).
“Me despeço com muito mais alegrias do que tristezas. Partimos praticamente do zero. Claro que o momento agora não é bom e parece que tudo deu errado. Mas se colocar na balança, foram muitas faixas e campanhas especiais. Foi uma honra muito grande poder defender essas cores. Levo muita coisa, e não só dentro de campo. A amizade e o respeito das pessoas também contam muito. Aprendi demais. Foi uma escola para mim. Chegamos num momento muito difícil, quando o time estava fora até da Série D. O clube evoluiu muito e certamente está bem melhor”, afirmou Tininho, que em janeiro deve fazer um curso em Portugal, indicação do técnico Milton Mendes, de gestão de futebol.
Alírio e Tininho tiveram uma segunda metade de mandato com muitas complicações financeiras. E isso afetou diretamente os resultados dentro de campo. Hoje, o Santa deve quase três meses de salários ao atual elenco.“Vamos esclarecer quanto recebemos, o que foi pago e quanto dos recursos pessoais foram colocados na gestão”, disse Alírio.