De 11 de dezembro de 2014, passando por 1º de maio de 2016 e chegando até 11 de novembro de 2017. Três datas emblemáticas na gestão Alírio Moraes à frente do Santa Cruz. A partir de dezembro, o advogado encerra sua presidência de forma melancólica no tricolor. Dos títulos aos rebaixamentos, do “delírio” que virou sucesso imediato à desilusão, Alírio viveu o melhor e o pior como presidente coral.
A primeira data foi o dia da posse oficial de Alírio Moraes. Sem opositores, foi aclamado como novo presidente na sede social do Arruda, ainda em 2014. Logo de início, traçou metas ousadas para o Santa. Planejamento tão agressivo que foi até apelidado de “Delírio” por parte da torcida. Na primeira metade do seu mandato, cumpriu e até antecipou objetivos.
Em 2015, título do Pernambucano e acesso pra Série A, recolocando a equipe na elite do futebol brasileiro após 10 anos. Na temporada seguinte, o segundo título Estadual veio junto com a inédita Copa do Nordeste, conquistada diante do Campinense no dia 1º de maio, o que levou a equipe a jogar a Sul-Americana pela primeira vez. Na Série A, até rodadas na liderança a Cobra Coral teve. Quase 18 meses de um mandato irretocável. Só que, como numa montanha russa, a descida foi tão grande quanto a subida.
No Brasileirão 2016, de líder a rebaixado com três rodadas de antecedência. Em 2017, após um primeiro semestre irregular, eliminado nas semifinais do Pernambucano e da Copa do Nordeste, novamente a parte final do ano foi melancólica, com o rebaixamento decretado com a derrota para o Boa.
“Saio mais amadurecido. Acho que a experiência é única e quase cívica com o Santa. Com tantas guerras pra combater, é uma experiência muito singular. O futebol brasileiro é complexo, com passivo, credores e adversidades humanamente impossíveis de se administrarem sozinhas”, afirmou o presidente em entrevista ao JC.
Para o mandatário, faltaram mais pessoas para ajudar o Santa a sair dessa situação. “ Tive pouca ajuda e compreensão desde o início. Não estávamos escolhendo o que estamos pagando. A Justiça vem e bloqueia. De um ano para cá, enquanto eu tive recursos pessoais, pude manter o status (padrão de normalidade) e fui a luta de uma forma muito guerreira.”
Para finalizar, o presidente se mostrou chateado com as críticas pelo fim amargo do seu mandato. “Falta ao clube um processo de reestruturação, que se iniciou com a gente e ainda falta ser consumado, para a instituição poder ser gerida com mais tranquilidade. Hoje, esse é um peso que recai só sobre o presidente. Corre o risco de pessoas de bem, que tem uma vida organizada, não quererem se aproximar mais o Santa. As cobranças são desumanas”, finalizou Alírio.