Itamar Schulle traça paralelo com a política e diz que um dia votou em Lula

No último sábado, após a derrota do Santa Cruz para o Fortaleza por 3x0, o técnico Itamar Schulle deu uma forte declaração, dizendo que poderia até deixar o clube. Nesta terça-feira (11), na entrevista coletiva depois da vitória por 2x1 contra o Salgueiro que deu ao Tricolor a liderança do Campeonato Pernambucano, o treinador voltou a falar sobre o assunto e ressaltou que gostava de ver o lado bom das coisas e acreditar nas pessoas. Itamar aproveitou para traçar um paralelo com a política, onde o eleitor deposita seu voto em determinado candidato esperando dias melhores. Ele, inclusive, disse ter acreditado no ex-presidente Lula quando o mesmo se candidatou.

"A gente tem, como ser humano, que ver as coisas boas, acreditar nas pessoas. Num dia votei no Lula, acreditei que ele iria fazer um grande trabalho. No ano passado acreditei no ser humano, em um candidato, e votei. Temos que ver o lado bom das pessoas. Hoje vi um casal debaixo de um viaduto, fui lá levei para eles um lanche e um guaraná, e fui para casa. Mas se alguém tivesse me conhecido, ninguém iria falar. Mas se tivessem me visto dando um pontapé num deles, iria passar em todo o Brasil. Eu trabalho, me empenho ao máximo, as contratações vão vindo e é natural do treinador cobrar. Vou estar cobrando para as coisas virem. Eu cobro, mas essas coisas vou ter um cuidado de comentá-las internamente e corro risco de ser autêntico e ser interpretado pelas coisas ruins. Agradeço à diretoria ao presidente e vamos continuar pedindo essas peças, conversando e trabalhando para que as coisas comecem na situação do Santa Cruz", disse o comandante.

CONFIANÇA NA DIREÇÃO

O treinador aproveitou a coletiva para exaltar o trabalho feito pelo presidente Constantino Júnior e o diretor Nei Pandolfo e pontuar que a sua fala foi feita por alguém que gosta de perder. "Queria deixar uma coisa bem clara, nunca falei uma palavra que não fosse uma verdade. Nunca fui desleal e isso é de mim, sou muito verdadeiro. Eu falei nessa possibilidade, porque quando visto a camisa do clube aqui, eu sonho com aquilo. Minhas três filhas, esposa, pai e mãe dependem do meu trabalho. Eu vou dormir três da manhã porque vou assistir o próximo adversário nosso (ABC). Eu vivo o clube, me apaixono pelo que estou fazendo. Mas quando vejo que em um momento posso atrapalhar, não quero atrapalhar ninguém. E quando encerrei a entrevista, é o que falo para minha família, sempre vejo as coisas do lado positivo. Falei o quanto nosso presidente luta, viaja e se esforça. O mesmo do Nei Pandolfo, e ninguém dá ênfase a isso. O que eu falei, já falei para o presidente. E isso foi comentário de alguém que não gosta de perder nada. Não gosto de perder e sempre fui franco. Essas coisas boas que falei da direção não deram ênfase", pontuou o comandante.