Produções limpas e sustentáveis têm recebido destaque como diferenciais de venda. No Brasil, essa exigência dos consumidores vem pesando cada vez mais na construção civil, fazendo com que empresas repensem suas estratégias e recorram a certificações referentes ao respeito ao meio ambiente. Prova disso é o aumento de registro de edificações para receber o selo LEED, uma das mais importantes da área, concedida pelo Green Building Council Brasil.
Apenas no primeiro semestre deste ano, a ONG registrou 966 construções, grande aumento (86%) diante dos 135 empreendimentos de todo o ano de 2014. “Fazemos o registro e acompanhamos a construção. Quando a obra é entregue e inicia-se a operação, vistoriamos para avaliar se tudo atendeu aos cinco critérios exigidos para a certificação”, explica o diretor gerente do 6ª Greenbuilding Brasil, Felipe Faria. Esse evento acontece em agosto, em São Paulo, e é voltado para empresas do setor.
Os critérios avaliados são o uso eficiente de energia e água durante a construção e funcionamento, o uso de material produzido com baixo impacto social e o baixo impacto no entorno do empreendimento.
“O consumidor mais consciente e informado sabe que o principal custo de um imóvel não é a compra, e sim sua operação. Se o comprador estiver na dúvida entre um imóvel certificado e outro não, ele vai optar pelo primeiro, que proporciona a diminuição de gastos operacionais”, defende Faria.
No ranking das certificações entregues no ano passado, Pernambuco ocupa apenas a 11ª posição entre todos os Estados brasileiros, com três certificados. A expectativa é que a Lei do Telhado Verde (Lei Municipal 18.112/2015), válida para o Recife, e iniciativas de algumas construtoras contribuam para melhorar o posicionamento do Estado no quadro nacional. De olho no diferencial que escolhas mais sustentáveis dão aos imóveis, a Vale do Ave comemora uma iniciativa inédita em seus empreendimentos: um transplante bem sucedido de um pau-brasil de 35 anos de vida.
Mesmo com o projeto já aprovado pela prefeitura, a construtora decidiu não derrubar a árvore plantada no terreno onde está sendo erguido o Edifício Camilo Castelo Branco, na Rua Amazonas, em Boa Viagem (Zona Sul do Recife).
“Além de atender ao pedido do antigo proprietário do imóvel, que tinha uma ligação afetiva com a planta, vimos que o replantio iria valorizar o empreendimento. Infelizmente, muitas vezes recebemos os terrenos já descampados, mas estamos analisando repetir o procedimento em outros investimentos”, detalha o coordenador de obras da Vale do Ave, Filipe Buarque.
Considerada barata, a operação custou cerca de R$ 2 mil e, por ter sido realizada há quase um ano, a árvore já é considerada totalmente adaptada e começa a ganhar novos galhos. “O replantio pode ser feito com árvores de qualquer tamanho, desde que haja uma infraestrutura necessária”, garante a paisagista responsável pelo procedimento, Ana Lúcia Gonçalves.