Julgamento do Massacre do Carandiru começa após atraso de quase cinco horas

O nome da testemunha considerada fundamental por Vendramini é o agente penitenciário Francisco Carlos Leme, chefe de plantão no dia do massacre
Da ABr
Publicado em 31/03/2014 às 18:01


Após um atraso de quase cinco horas por causa da ausência de uma testemunha considerada imprescindível pelo advogado de defesa Celso Vendramini, o julgamento do Massacre do Carandiru teve início às 13h40 desta segunda-feira (31) com a escolha dos sete jurados que vão compor o Conselho de Sentença. Os jurados estão passando por uma bateria de exames que vai analisar as condições de saúde de cada um deles.

O nome da testemunha considerada fundamental por Vendramini é o agente penitenciário Francisco Carlos Leme, chefe de plantão no dia do massacre e que já foi ouvido em fevereiro deste ano, antes da etapa do julgamento ter sido anulada e adiada pelo advogado Celso Vendramini. Naquela ocasião, Leme disse ter visto 75 corpos de detentos antes da entrada da Polícia Militar no presídio.

Além dele, também serão ouvidas como testemunhas de defesa secretário de Segurança Pública na época do massacre, Pedro Franco de Campos, e o desembargador Fernando Antônio Torres Garcia, que era juiz corregedor. Eles já foram ouvidos pelo menos em uma ocasião no decorrer das outras três fases do julgamento. Como testemunha de acusação, prestará depoimento o ex-perito criminal Osvaldo Negrini, que depôs em todas as etapas do julgamento.

A expectativa do juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo é que todas as testemunhas sejam ouvidas nesta segunda-feira e que o interrogatório dos 15 réus aconteça na terça-feira (1º). A previsão inicial é de que o julgamento seja encerrado na quinta-feira (3).

O Massacre do Carandiru ocorreu no dia 2 de outubro de 1992, quando 111 detentos foram mortos durante operação policial para reprimir uma rebelião no Pavilhão 9.

Esta será a última etapa do julgamento que, por envolver um grande número de réus e de vítimas, foi desmembrado em quatro etapas, de acordo com o que aconteceu em cada um dos quatro andares do Pavilhão 9, da Casa de Detenção. Inicialmente prevista para fevereiro deste ano, a terceira etapa do julgamento foi cancelada pelo juiz, após o advogado Celso Vendramini, que defende os policiais, ter reclamado da atuação do magistrado e deixado o plenário enquanto ainda era ouvido o primeiro réu. Com isso, ela foi remarcada para esta segunda.

Nesta fase do Tribunal do Júri, estão sendo julgados 15 policiais do Comando de Operações Especiais (COE) pela morte de oito presos e duas tentativas de homicídio. As vítimas ocupavam o quarto pavimento - terceiro andar - da desativada Casa de Detenção do Carandiru. Nas demais três etapas do julgamento, todos os policiais foram condenados.

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