O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro retomou, no início da tarde desta sexta-feira (11), a audiência que ouve réus do caso Amarildo, na 35ª Vara Criminal da Capital. No momento, quem está depondo é o soldado da Polícia Militar Felipe Maia. Ele é o oitavo dos 25 acusados a ser ouvido e não é possível estimar quantos ainda vão depôr nesta sexta.
Os policiais são acusados dos crimes de tortura, ocultação de cadáver, fraude processual e formação de quadrilha no processo que apura o desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, em 14 de julho de 2013, na Rocinha, favela na zona sul do Rio.
Na quarta-feira (2), quatro policiais foram ouvidos: os soldados Marlon Campos Reis, Jorge Luiz Gonçalves Coelho e Victor Vinicius Pereira da Silva e o sargento Jairo da Conceição Ribas. Os outros três participaram de audiência na semana passada, quando a Justiça terminou de ouvir as testemunhas de defesa.
Marlon é acusado de ter feito uma ligação para a Divisão de Homicídios fingindo ser o traficante Catatau. No telefonema, a morte de Amarildo foi atribuída aos traficantes. Ele negou a acusação, mas caiu em contradição quando disse que nunca tinha visto Amarildo, já que em quatro depoimentos anteriores afirmou que o viu cumprimentando o soldado Vidal. Marlon e Vidal, segundo a acusação, abordaram Amarildo juntos.
Jorge Luiz e Victor Vinicius também afirmaram que não conheciam Amarildo, mas que o viram entrar no carro com os soldados Marlon e Vidal. Segundo o depoimento, mais tarde, na sede da UPP, os soldados teriam contado que Amarildo foi liberado. Jairo também negou as acusações e afirmou que Amarildo foi abordado pela equipe de Marlon e Vidal, enquanto a sua patrulhava outra área.