Polícia Federal apura fraude em compra de jato acidentado de Eduardo Campos

Pela lei, o Cessna usado por Campos não poderia ser vendido sem autorização judicial
Carolina Sá Leitão
Publicado em 22/08/2014 às 10:38
Pela lei, o Cessna usado por Campos não poderia ser vendido sem autorização judicial Foto: Foto: Reprodução


A Polícia Federal investiga três empresários de Pernambuco suspeitos de terem participado da compra irregular do jato Cessna Citation 560 XL, prefixo PR-AFA, que caiu em Santos na semana passada, matando o candidato à Presidência do PSB, Eduardo Campos, e outras seis pessoas.

Os empresários João Carlos Lyra Pessoa Monteiro de Mello Filho, Apolo Santana Vieira e Eduardo Freire Bezerra Leite teriam adquirido a aeronave, mas a Agência Nacional de Aviação Civil desconhecia o negócio. Oficialmente, ela pertence à AF Andrade, empresa de Ribeirão Preto, que está em recuperação judicial. Pela lei, o Cessna usado por Campos não poderia ser vendido sem autorização judicial. Só agora, após o acidente, a AF Andrade informou a Anac da compra. 

João Carlos é usineiro, dono da factoring JCL Fomento Mercantil. e era próximo de Campos. Apolo é dono de uma importadora de pneus, a Alpha Trading Comércio, Importação e Exportação Ltda, conhecida como Alpha Pneus, e da D’Marcas Comércio Ltda. O empresário foi alvo de denúncia do Ministério Público Federal em 2009 por um esquema de sonegação que teria provocado um prejuízo de R$ 100 milhões à Receita.

O terceiro empresário investigado é conhecido como Eduardo Ventola, Dono da Cerâmica Câmboa e de uma construtora.

Documento da AF Andrade enviado à Anac informa que a Bandeirantes Cia. de Pneus S.A. e a BR Par Participações assumiram os custos do leasing de compra da aeronave. A Bandeirantes Pneus diz ter se interessado no jato, mas a compra não ocorreu porque a Cessna Finance Export Corp não aprovou a tempo o negócio. João Carlos Lyra, Apolo e Eduardo não foram localizados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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