O papa Francisco nomeou ontem o bispo de Blumenau (SC), d. José Negri, como coadjutor da Diocese de Santo Amaro, zona sul da capital. Ele será o sucessor de d. Fernando Figueiredo, que faz 75 anos em 1º de dezembro e, portanto, deve renunciar e tornar-se bispo emérito.
Nascido em Milão, Itália, em 18 de setembro de 1959, d. José estudou em Monza e foi ordenado em 1986. No Brasil, atuou em Frutal (MG), Palhoça (SC), Florianópolis (SC) e Brusque (SC). Em 2009, foi nomeado bispo de Blumenau (SC).
Considerado progressista e com grande atuação pastoral, ele terá pela frente diocese em que se destaca o padre Marcelo Rossi, ligado ao movimento da Renovação Carismática Católica (RCC), fortemente espiritualizado de linha conservadora.
"Aprendi que um sábio precisa ter a boca pequena e as orelhas grandes. No primeiro momento, vou entender a realidade local, para só em seguida entrar de cabeça no trabalho pastoral", disse d. José, ontem, ao Estado. "A coisa bonita de um bispo é saber acolher a todos os carismas e valorizá-los. Padre Marcelo tem grande carisma; mas quem sabe outros carismas diferentes existam na diocese."
Padre Marcelo foi procurado pela reportagem. Sua assessoria de imprensa informou que, por razões hierárquicas, ele não falaria sobre o novo bispo. Em Santa Catarina, o clima já é de saudade. "D. José deixou aqui a marca de um pastor. Ele acredita na importância dos movimentos sociais, ressaltando que colaboram para uma maior justiça. Deixou isso muito forte", disse o padre Raul Kestring. "Vai fazer falta."