O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, admitiu na tarde desta segunda (13), que a Polícia Militar errou na ação que matou o menino Eduardo de Jesus Ferreira, 10, no último dia 2. Segundo Pezão, a PM constatou a falha e já elabora uma série de treinamentos para os seus agentes. Eduardo foi atingido com um tiro de fuzil na cabeça quando estava na porta de casa no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio.
"É um erro que ninguém admite. Foi uma atuação errada. A PM apresentou os policiais e viu pela localização que tinha tido um erro ali. Quem investigou, quem viu, e quem fez esse trabalho foi a polícia. Eu falei com o pai do garoto (Eduardo) e vou colocar todo o Estado à disposição para dar conforto à família. Isso mostra que cada vez mais temos que treinar melhor nossos policiais", disse o governador.
O comentário de Pezão foi feito após participar de evento nesta tarde na Câmara de Comércio Americana do Rio (AmCham), em Copacabana, zona sul da cidade. O governador voltou a lembrar que a PM está entrando em áreas em que o Estado do Rio não entrava havia mais de 30 anos.
Policiais da Divisão de Homicídios esperavam para esta segunda (13), o depoimento de três policiais militares que participaram da ação em que morreu o menino. Até as 19h, eles não haviam comparecido à delegacia.
Dois dos policiais já admitiram, na própria PM, terem realizado disparos na direção onde estava o garoto. Um policial ter atirado uma vez, enquanto outro revelou ter feito três disparos. Por isso, os únicos fuzis apreendidos até o momento foram os deles, que são lotados na UPP que patrulha a região da Nova Brasília - comunidade que faz parte do complexo do Alemão. Eles contaram que os tiros foram dados para revidar ataque de um grupo de traficantes. Terezinha de Jesus, mãe de Eduardo, afirma que não houve confronto.
A polícia deve marcar para esta semana a reconstituição da morte do menino na comunidade. O delegado Rivaldo Barbosa aguarda apenas o retorno da família do garoto, que está no Piauí, onde Eduardo foi enterrado no último dia 6.