A Polícia Civil pede que qualquer pessoa com informações sobre o caso da jovem que sofreu um estupro coletivo, e teve imagens publicadas na internet, entre em contato para denunciar os autores. A jovem, de 16 anos, prestou depoimento à polícia, divulgado na página eletrônica da revista Veja, e disse ter sido drogada e estuprada por diversos homens, após ter ido visitar seu namorado, em uma comunidade do bairro de Jacarepaguá, no último sábado (21).
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Segundo depoimento da jovem aos policiais, na madrugada desta quinta-feira (26), quando acordou, viu 33 homens armados de pistolas e fuzis, em um imóvel, na comunidade. As investigações estão sendo feitas pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática do Rio de Janeiro (DRCI), que abriu investigação para apurar o vídeo, postado na última quarta-feira (25), no Twitter. As imagens postadas na rede social mostram uma menina desacordada com órgãos genitais expostos, e geraram indignação.
No próprio vídeo, um homem diz que “uns 30 caras passaram por ela”. Militantes feministas levaram o caso para o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) e foi feita uma denúncia anônima com o vídeo e capturas de tela das redes sociais.
A conta que inicialmente divulgou o vídeo foi bloqueada do Twitter, após uma série de denúncias. A Safernet, organização sem fins lucrativos dedicada à defesa e promoção dos direitos humanos na internet, pede que as imagens não sejam compartilhadas para não expor ainda mais a vítima, e diz que também está tomando providências.
De acordo com informações da delegacia, a vítima já foi ouvida e as investigações estão em andamento. O delegado Alessandro Thiers pede a quem tenha qualquer informação que possa auxiliar na identificação dos autores que entre em contato através do seu endereço pessoal de e-mail: alessandrothiers@pcivil.rj.gov.br.
A Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro divulgou nota repudiando o crime e se prontificou a oferecer apoio à jovem e sua família.
“A OAB, por intermédio da Comissão Permanente OAB Mulher, vem a público expressar seu mais profundo repúdio ao ato de barbárie cometido contra a adolescente moradora de Santa Cruz. Um estupro coletivo, com requintes de crueldade, no qual vários indivíduos perpetuaram a humilhação expondo, nas redes sociais, a dor da vítima.”
De acordo com a advogada Eloisa Samy, ligada à defesa dos direitos humanos, o depoimento da jovem foi tomado enquanto ela estava dopada, o que pode ter levado à confusão de datas. Segundo Eloisa, a jovem passou o fim de semana com o namorado e voltou na terça-feira para buscar o aparelho celular, quando houve o estupro: “Ela estava dopada, mal conseguia falar e andar. O depoimento dela não foi consistente”.