A Polícia Federal prendeu, em Santa Catarina, o modelo catarinense de 28 anos que havia sido liberado no Recife após ser pego no Aeroporto dos Guararapes com cerca de 3 quilos de haxixe, vindo de Barcelona. Segundo a PF, Paulo Ricardo Evangelista Mantovani foi preso por volta das 14h desta quarta-feira, em Balneário Rincão-SC, onde reside.
A prisão em flagrante dele havia acontecido no dia 15, por volta das 23h, quando desembarcou no Aeroporto do Recife. Após sua soltura na audiência de custódia, a Polícia Federal representou pela sua prisão preventiva, que foi aceita pelo Ministério Público Federal e acatada pela Justiça Federal. O modelo será encaminhado de volta para o Recife, onde se desenrolam a investigação e o processo.
O modelo carregava 120 invólucros de haxixe, resina extraída de maconha que possui uma alta concentração de THC, além de passagens aéreas, passaporte, celular e cerca de R$ 4.500. Ele disse que aceitou trazer a droga de Barcelona para o Brasil com o objetivo de custear empreendimentos. E iria ganhar R$ 35 mil para deixá-la em São Paulo. Se condenado, pode pegar de cinco a 20 anos de prisão.
Por meio de nota, a assessoria da Justiça Federal explicou que o juiz considerou a natureza e a quantidade da droga transportada (3,3 kg de haxixe) e o fato de o modelo haver colaborado com as investigações e concluiu que sua liberdade não poria em risco a ordem pública ou a efetividade do processo, na medida em que ele tem comprovado endereço fixo e profissão definida.
O juiz arbitrou fiança de R$ 15 mil (substituída pela restrição de venda/transferência do veículo de propriedade do modelo) e determinou que ele se apresente mensalmente ao juízo federal do seu domicílio, ficando proibido de deixar o País. O passaporte, computador, dinheiro e celular do catarinense foram apreendidos.
A defensora pública da União Nathália Laurentino, que defendeu o modelo, esclareceu que não questionou a legalidade da prisão, apenas pediu sua liberdade provisória. “Ele tem residência fixa, salário, não possui antecedentes criminais e o juiz entendeu que ele não está inserido em uma organização criminosa, apenas atuou como mula (termo popular para quem transporta droga).”
O defensor público Guilherme Jordão explicou que, atualmente, todos as pessoas presas em flagrante passam por audiência de custódia, para que o juiz avalie se não houve nenhuma violação aos direitos humanos e se a prisão é necessária durante o processo. “É óbvio que os casos mais graves têm um olhar mais severo. Um traficante de porte dificilmente é solto”, salienta.