Após o surto da febre amarela no país, os macacos bugios estão sendo atacados no Rio Grande do Sul. A população gaúcha acredita que os animais são os responsáveis pela doença, mas os biólogos garantem que o bicho não é o transmissor.
Só nesta semana, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente trouxe dois macacos bugios debilitados ao Zoológico de Gramado. Um chegou com ferimentos no rosto, perto do olhos e uma das mãos. Segundo os veterinários, ele levou cortes típicos de faca e quase perdeu a visão. O outro não resistiu aos machucados provocados por tiros de chumbinho.
De acordo com o veterinário do zoológico, Marcelo Cunha, os animais não são vetores da doença. "Na realidade eles são confundidos como vetores, e não são", explicou. Segundo Cunha, os animais também podem ser infectados. "São animais sentinela. Ou seja, são sensíveis à infecção, assim como os seres humanos. O transmissor da doença é o mosquito", disse.
Apesar de não ter sido identificado nenhum caso de febre amarela no Rio Grande do Sul, as autoridades de saúde deixarão a população em alerta. Em 2009, quando houve o último surto no estado, 2.000 macacos bugios foram encontrados mortos na região por contaminação com vírus e por violência humana.