Após dez horas e meia de reunião, terminou sem acordo a negociação entre um grupo de mulheres de policiais militares e o governo do Espírito Santo. Duas manifestantes deixaram o Palácio Fonte Grande demonstrando revolta com a postura da gestão Paulo Hartung (que está licenciado por motivos de saúde). Elas afirmaram que o governo não sinalizou com nenhum tipo de reajuste salarial e chamaram o governador de "bandido", no fim da noite desta quinta-feira (9). Os PMs, que estão há quatro anos sem aumento, reivindicam reposição salarial de 43%.
O motim de PMs no Estado vai entrar no sétimo dia. O governo calcula que o aumento pretendido pela categoria representaria um custo adicional de R$ 500 milhões nos gastos com a folha de pagamento. O Executivo, no entanto, diz que já ultrapassou o limite de alerta de despesas com pessoal (44,1% da Receita Corrente Líquida) estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Hartung afirmou na quarta-feira que o motim era uma "chantagem" e comparou o ato com um sequestro, dizendo que aceitar as exigências "seria como pagar um resgate".
Os policiais militares estão paralisados desde sábado. Desde então, foram registrados no Espírito Santo 113 homicídios e uma onda de saques e roubos. As aulas foram suspensas e o transporte público opera parcialmente.