Pelo Twitter, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a União não se opõe ao andamento do acordo da Boeing com a Embraer "Ficou claro que a soberania e os interesses da Nação estão preservados", escreveu na rede social.
Bolsonaro publicou foto de uma grande reunião que ocorreu no Palácio do Planalto para tratar do assunto, no final da tarde desta quinta-feira, 10. Participaram do encontro representantes dos Ministérios da Defesa, Ciência e Tecnologia, Relações Exteriores, Economia e também das Forças Armadas.
Em nota, o Palácio do Planalto afirmou que a reunião serviu para que fossem apresentados os termos das tratativas, iniciadas no governo Michel Temer.
"O presidente foi informado de que foram avaliados minuciosamente os diversos cenários, e que a proposta final preserva a soberania e os interesses nacionais. Diante disso, não será exercido o poder de veto (Golden Share) ao negócio", reforça o texto divulgado pela assessoria.
Na semana passada, Bolsonaro levantou a possibilidade de revisão no acordo, que depende de aval do presidente. Depois das declarações, as ações da Embraer lideraram as quedas da B3, a bolsa paulista, com retração de 5,1%.
Em entrevista, na ocasião, Bolsonaro afirmou que, segundo a última versão do contrato, informações tecnológicas podem ser repassadas à empresa de aviação americana. O presidente não detalhou que tipo de dados poderiam ser acessados, mas falou em proteção do patrimônio nacional.
"Seria muito boa essa fusão, mas não podemos... Como está na última proposta, daqui a cinco anos, tudo pode ser repassado para o outro lado. A preocupação nossa é essa. É um patrimônio nosso, sabemos da necessidade dessa fusão, até para que ela (Embraer) consiga competitividade e não venha a se perder com o tempo", afirmou.
A Embraer confirmou nesta quinta-feira, 10, que a parceria estratégica com a Boeing foi aprovada pelo governo brasileiro. A expectativa da empresa é que a negociação seja concluída até o final de 2019.
Em comunicado ao mercado, a fabricante brasileira lembra que a aprovação ocorre após as duas empresas terem firmado, no mês passado, os termos da joint venture contemplando a aviação comercial da Embraer e serviços associados. A Boeing terá participação de 80% na nova empresa e a Embraer, os 20% restantes.
A brasileira e a americana também chegaram a um acordo sobre os termos de uma segunda joint venture para promover e desenvolver novos mercados para o avião multimissão KC-390. De acordo com a parceria proposta, a Embraer deterá 51% de participação na joint venture e a Boeing, os 49% Restantes.
"Como próximo passo do processo, o Conselho de Administração da Embraer deverá ratificar a aprovação prévia dos termos do acordo e autorizar a assinatura dos documentos da operação. Em seguida, a parceria será submetida à aprovação dos acionistas, das autoridades regulatórias, bem como a outras condições pertinentes à conclusão de uma transação deste tipo. Caso as aprovações ocorram no tempo previsto, a expectativa é que a negociação seja concluída até o final de 2019", afirma.
Segundo a Embraer, a parceria estratégica com a Boeing irá possibilitar a ambas as empresas acelerar o crescimento em mercados aeroespaciais globais.