Brasil fez manobras militares durante o confronto nas Malvinas

Movimentação da frota aconteceu na costa alagoana
Wagner Sarmento
Publicado em 01/04/2012 às 22:51


Um dia depois da visita do mediador da guerra, Alexander Haig, o governo brasileiro anunciou o envio de embarcações militares ao litoral de Alagoas. O Jornal do Commercio do dia 11 de abril de 1982 anunciava, em sua manchete: “Brasil desloca esquadra aos mares do sul”.

O ministro da Marinha, almirante-de-esquadra Maximiano Eduardo da Silva Fonseca, se dirigiu até a cidade de Maceió, onde informou sobre manobras militares na costa alagoana, após reunião com o então prefeito da capital, Fernando Collor de Mello. As tropas desembarcariam na cidade nos dias 15 e 16 do mesmo mês.


“Vão dizer que o Brasil vai para a guerra”, brincou na ocasião Maximiano Fonseca, conforme reportagem da época, minimizando o episódio e dizendo se tratar apenas de um exercício de rotina que ocorria anualmente, sem relação direta com a Guerra das Malvinas.

O conflito ocupou as manchetes do Jornal do Commercio por mais de dois meses. A primeira delas foi ainda em 3 de abril, um dia após a operação militar do país vizinho: “Argentina ocupa pela força Ilhas Malvinas”. “O governo militar argentino comunicou que suas Forças Armadas recuperaram as Ilhas Malvinas mediante uma operação militar.

fuzileiros navais dominaram rapidamente o destacamento britânico que assegurava a defesa de Port Stanley e de todo o arquipélago”, dizia a reportagem principal. Abaixo, três submanchetes informavam o rompimento britânico das relações diplomáticas com a Argentina, a repercussão no Brasil e o anúncio de apoio a Buenos Aires pela Guatemala, primeiro país latino-americano a se manifestar.

A Guerra das Malvinas logo passou a ser o assunto mais comentado dentro das Forças Armadas do Brasil, sobretudo pela amizade pessoal entre o ministro do Exército, Walter Pires, e o ditador argentino Leopoldo Fortunato Galtieri.

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